Pezão afirma que Complexo do Alemão será reocupado pela PM

Anúncio é feito três dias após a morte do menino Eduardo de Jesus Ferreira durante uma troca de tiros

5 abr 2015 - 20h01
(atualizado em 6/4/2015 às 22h41)
Moradores realizam um protesto pedindo paz no Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro
Moradores realizam um protesto pedindo paz no Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro
Foto: José Lucena / Futura Press

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, afirmou neste domingo (05), três dias após a morte do menino Eduardo de Jesus Ferreira, que o Complexo do Alemão será reocupado pela Polícia Militar. Segundo o governador, o Estado vai fortalecer a política de pacificação no Alemão e em outras comunidades.

"A gente já vem discutindo o fortalecimento de algumas UPPs. O Alemão é uma delas. Vamos entrar mais forte, fazer uma reocupação. Vamos fortalecer, colocando mais policiais. Nesses três meses de governo, já formamos mais de 1.100 PMs e vamos intensificar a ocupação no Alemão" anunciou Pezão.

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"Por todas as comunidades que eu ando, vejo que as pessoas querem a paz. E nas comunidades que ainda não foram pacificadas, as pessoas pedem que a gente leve as UPPs. É um processo de seis, sete anos, que a gente tem que ir reavaliando, vendo o que deu certo, o que deu errado, e ir adaptando. Estamos fazendo um grande esforço e não vamos retroceder. Vamos continuar investindo fortemente no Alemão e nas áreas mais conflagradas" acrescentou o governador.

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Pezão informou que não será necessário o uso das Forças Armadas no Alemão, e que além da contratação de novos policiais, os efetivos das UPPs passarão por uma reciclagem.

De acordo com o governo do Estado do Rio, as UPPs dos complexos do Alemão e da Penha contam atualmente com 2.170 policiais militares, sendo 1.230 somente no Alemão.

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Família do menino Eduardo embarcou para o Piauí neste domingo

O corpo do menino Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, morto em meio a uma troca de tiros no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, foi transladado de avião para a cidade de origem da família no Piauí.

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A Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do estado arcará com todos os custos da viagem, do translado e do sepultamento do corpo do menino.

Eduardo foi atingido por um disparo na última quinta-feira (2), na porta de casa. A suspeita é que o tiro tenha sido disparado por policiais militares. De acordo com o governo, a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP) está apoiando à Divisão de Homicídios da capital na investigação. Policiais do Batalhão de Polícia de Choque e da CPP, que estavam na ocorrência, já estão respondendo a Inquérito Policial Militar (IPM). Eles foram afastados do policiamento nas ruas e tiveram suas armas recolhidas para a realização de exame balístico.

Eduardo foi a sexta vítima de bala perdida no conjunto de favelas, desde a última quarta-feira (1), quando mãe e filha também foram atingidas dentro de casa. A jovem Maynara Moura, de 16 anos, atingida no braço, recebeu atendimento médico e é a única sobrevivente.

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Desde o início deste ano, confrontos são rotina no Alemão, que reúne 15 comunidades com 70 mil pessoas. Especialistas em segurança pública e moradores pedem recuo da polícia.

Fonte: Terra
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