O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, confirmou que o homem-bomba Francisco Wanderley Luiz queria "matar ministros" do Supremo Tribunal Federal (STF) no ataque da última quarta-feira (13) na Praça dos Três Poderes, em Brasília, e alertou para a atuação de "grupos extremistas" no Brasil.
"Há indícios de planejamento de longo prazo. Essa pessoa esteve em Brasília no começo do ano de 2023", afirmou o dirigente, acrescentando, por outro lado, que "ainda é cedo para dizer" se Luiz participou dos atos golpistas de 8 de janeiro.
A PF trabalha com as hipóteses de atentado "terrorista" ou de "tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito". "Esse caso não foi um fato isolado e se conecta com outras investigações", declarou Rodrigues.
De acordo com o diretor da PF, os explosivos carregados por Luiz foram construídos "de maneira artesanal", porém com "grau de lesibilidade muito grande". O arsenal do agressor incluía um extintor de incêndio carregado de gasolina, simulando um lança-chamas, fogos de artifício detonados no porta-malas de seu carro remotamente e bombas caseiras.
"Quero fazer um registro da gravidade dessa situação, que aponta que grupos extremistas estão ativos e precisam que atuemos de maneira enérgica", salientou Rodrigues.
Luiz tinha 59 anos, era chaveiro e estava no Distrito Federal havia três ou quatro meses. A casa que ele alugava em Ceilândia, a 30 quilômetros da Praça dos Três Poderes, passou por varredura da polícia, que desarmou artefatos potencialmente explosivos.
O agressor morreu ao acionar uma bomba sob a própria cabeça, e seu corpo foi removido do local após mais de 13 horas. "Parece que essa pessoa tentou entrar no prédio do Supremo, não conseguiu e fez o que fez", explicou Rodrigues. .