PF diz que Bolsonaro sabia de plano para envenenar Lula e explodir Moraes

Relatório será encaminhado ao STF nesta quinta, 21. Ex-presidente deve ser indiciado por tentativa de golpe de Estado

21 nov 2024 - 14h41
(atualizado às 16h44)
PF diz que Bolsonaro sabia de plano para envenenar Lula e explodir Moraes, afirma jornal
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A Polícia Federal concluiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sabia sobre o plano de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de seu vice Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele pode ser indiciado pela terceira vez, pelo inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado em dezembro de 2022, após ser derrotado nas eleições. As informações são do Estadão.

Os advogados de Bolsonaro afirmam que ainda não têm informações sobre a conclusão da Polícia Federal. A PF deve encaminhar nesta quinta-feira, 21, o relatório final do inquérito sobre a suposta tentativa de golpe de Estado, que foi planejada no governo Bolsonaro por aliados.

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As investigações apontaram envolvimento do ministro da Defesa, general Braga Netto, vários militares - pelo menos 35, sendo 10 generais e 16 coronéis, que estão sob suspeita.

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Foto: Pedro Kirilos/Estadão / Estadão

O plano envolvia o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes, e veio a público após a abertura da Operação Contragolpe na terça-feira, 19. A operação prendeu o general Mário Fernandes, três militares de elite conhecidos como “kids pretos” e um policial federal. Eles teriam planejado o envenenamento do presidente e a eliminação, à bomba, do ministro do STF.

O relatório de 220 páginas com os detalhes da ofensiva já sinalizava o indiciamento de Bolsonaro, apesar de ele não ter sido alvo das diligências.

A PF indicou passagens sobre um suposto envolvimento do ex-presidente com o plano golpista, enfatizando mensagens entre os envolvidos que citavam Bolsonaro. Um dos casos foi um diálogo em que o general Mário Fernandes (alvo principal da Contragolpe e próximo do ex-presidente) comemora que o então chefe do Executivo “aceitou o nosso assessoramento”.

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Também foi apontado que Bolsonaro “enxugou” a minuta do golpe - que circulava entre bolsonaristas no final de seu governo - “com a finalidade de consumar o golpe de Estado”. A PF frisou que, em dezembro de 2022, o ex-presidente  “estava naquele momento empenhado para consumação do golpe de Estado, tentando obter o apoio das Forças Armadas”.

A investigação diz que o ministro da Defesa, general Braga Netto, e o secretário-executivo na Presidência, general Mário Fernandes, durante o governo Bolsonaro, aprovaram na casa de Braga Netto a ação dos “kids pretos”, militares de alta performance que atuariam na prisão e execução de Alexandre de Moraes, conforme o plano.

Mário Fernandes é apontado como o autor do plano para eliminar o ministro do STF, o presidente e o vice. A PF identificou que ele imprimiu o plano ‘Punhal Verde e Amarelo’ - que tinha detalhes sobre as execuções - de uma impressora instalada no Palácio do Planalto, por duas vezes: na primeira, o documento foi levado para o Alvorada; na segunda, foi impresso enquanto Bolsonaro estava no prédio.

Foi Fernandes quem imprimiu cópias da minuta para a criação de um “gabinete de crise”, que seria instalado caso o plano fosse, efetivamente, posto em prática para o golpe. No dia seguinte, ele visitou Bolsonaro no Alvorada.

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Além das coincidências entre as ações de Mário Fernandes e as visitas a Bolsonaro, a PF obteve áudios que podem se voltar contra o ex-presidente. Em um deles, há uma conversa entre Mauro Cid e Bolsonaro, no dia 8 de dezembro. Bolsonaro teria afirmado que “qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro e tudo”. Naquele dia, Mário Fernandes esteve no Palácio da Alvorada por quarenta minutos, entre as 17h e as 17h40.

Um dia antes do áudio, houve uma reunião de Bolsonaro com comandantes do Exército e da Marina, para apresentação da minuta do golpe de Estado. Mário Fernandes tinha conhecimento da reunião e pediu a Cid que mostrasse um vídeo ao comandante do Exército, general Freire Gomes, na tentativa de convencê-lo a aderir ao golpe de Estado.

No dia 9, Mário voltou a acionar Cid. Foi então que ele ‘comemorou’ que o então presidente aceitou o “nosso assessoramento”.

*Com informações do Estado de S. Paulo.

Fonte: Redação Terra
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