A Polícia Federal no Pará deflagrou nesta quarta-feira uma operação contra um quadrilha envolvida em desmatamento ilegal no Estado que envolvia madeireiros, policiais e outros servidores públicos.
De acordo com nota da PF, a quadrilha era formada por quatro núcleos, o primeiro que incluía madeireiros de pequeno porte, responsáveis pela extração ilegal da madeira, um segundo de alto poder econômico, que seriam os financiadores da operação de extração, serragem e distribuição da madeira ilegal, inclusive manipulando créditos florestais e falsificando documentos.
Um terceiro grupo seria formado por servidores de Secretarias municipais de Meio Ambiente, advogados, engenheiros florestais que, segundo a PF "utilizam sua função pública para favorecer e acobertar os crimes ambientais, além de, em alguns casos, participarem do comércio de madeira ilegal."
Além disso, a polícia identificou ainda a participação de policiais que faziam fiscalização na rodovia transamazônica e cobravam propinas para autorizar a passagem dos caminhões ilegais e serviam de olheiros para informar os locais de fiscalização.
Foram cumpridas 60 medidas, incluindo 28 mandados de busca e apreensão, além de afastamentos da função pública, determinação de suspensão da atividade econômica e sequestro de bens.
O desmatamento na Amazônia seque crescendo, apesar da criação do Conselho da Amazônia e da operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), com a utilização das Forças Armadas, que está na região desde maio.
Em junho, a retirada ilegal de madeira cresceu pelo 14º mês consecutivo, de acordo com números preliminares do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os dados do Deter, programa de satélite usado para acompanhar em tempo real o desmatamento, mostram um crescimento de 10,7% em junho, comparado com o mesmo mês do ano passado. Nos primeiros seis meses do ano, a área devastada cresceu 25%, chegando a 3.066 quilômetros quadrados.