PF indica que Temer lavou propina em imóveis da família

Primeira-dama Marcela seria uma das proprietárias das casas

27 abr 2018 - 10h14
(atualizado às 11h18)
Foto: EPA / Ansa

Uma investigação da Polícia Federal (PF) sugeriu que o presidente Michel Temer lavou dinheiro de propina no pagamento de reformas em imóveis de familiares, além de ter ocultado transações imobiliárias em nome de terceiros. A informações foi publicada nesta sexta-feira (27) pelo jornal Folha de S. Paulo.

A suspeita da PF surge após seis meses da abertura de um inquérito sobre a edição de um decreto para o setor portuário, a qual beneficiou empresas do setor em troca de propina.

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De acordo com a publicação, a esposa de Temer, Marcela, e o filho do casal são donos de alguns desses imóveis.

A investigação é um desdobramento das conexões entre Temer e o coronel João Baptista de Lima Filho, que teria transferido cerca de R$ 2 milhões de propina em 2014 ao presidente.

Neste mesmo ano, a investigação aponta que algumas reformas foram feitas em propriedades da filha de Temer, Maristela, e da sogra, Norma Tedeschi. Segundo as autoridades, a quantia destinada às obras é originária da JBS e da empresa Engevix.

Em delação, executivos da JBS explicaram que, por intermédio do coronel, foi repassado R$ 1 milhão para o chefe de Estado do país.

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Ainda segundo o jornal, na segunda fase das investigações, o intuito dos investigadores é conhecer mais sobre a conexão dos serviços prestados para os familiares do presidente. Além disso, o depoimento de José Yunes, amigo de Temer, será levado em conta.

O advogado do emedebista, Brian Alves Prado, nega qualquer irregularidade, afirmando que os "valores transacionados a partir de doações, aquisições de imóveis ou investimentos são absolutamente compatíveis com seus rendimentos declarados à Receita Federal".

Temer reage e nega acusações

Temer afirmou nesta sexta-feira, em um firme pronunciamento de aproximadamente 10 minutos, que é alvo de uma "perseguição criminosa disfarçada de investigação" no âmbito do chamado inquérito dos portos conduzido pela Polícia Federal, e disse que, se pensam "ilusioriamente" que irão derrubá-lo, não vão conseguir. O presidente ainda afirmou que os ataques feitos a ele e à sua família são de natureza "moral" e não ficarão "sem resposta".

"Sei me defender, especialmente defender minha família e meus filhos", destacou.

Segundo ele, pessoas de má-fé fazem ilações com o propósito de desestabilizar a figura do presidente a República. De acordo com Temer, ataques não surtirão efeitos, porque a imagem externa do Brasil é positiva e conta com a admiração de líderes estrangeiros.

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Com informações da Reuters e Agência Brasil.

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