A Polícia Federal cumpre cinco mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira em cidades gaúchas e em Brasília como parte de investigação para combater os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em obras públicas no Rio Grande do Sul, em um desdobramento da operação Lava Jato, informou a PF.
De acordo com a PF, informações obtidas na 26ª fase da Lava Jato --a chamada operação Xepa, realizada em março de 2016 tendo como alvo principal a Odebrecht-- levaram à descoberta de um esquema envolvendo a lavagem de dinheiro por meio de entidade associativa ligada a grandes empreiteiras.
"A entidade recebia das empreiteiras um percentual do valor de obras públicas realizadas no Estado. Contratos de assessoria entre a entidade associativa e empresas de fachada eram utilizados para dar aparência de legalidade às operações financeiras de retirada de valores dessa entidade", disse a PF em comunicado.
Além de corrupção e lavagem de dinheiro, os envolvidos também são suspeitos de evasão de divisas e crimes contra o sistema financeiro nacional, acrescentou a PF, que deu o nome de Étimo à nova operação.
Na 26ª fase da Lava Jato, que deu origem à operação desta quarta-feira, a Polícia Federal revelou a descoberta de um setor especializado da Odebrecht para o pagamento de propina em diversas áreas do setor de atuação da empreiteira.
Em dezembro do ano passado, a Odebrecht assinou um acordo de leniência com a Lava Jato, em que admitiu participação em práticas empresariais impróprias e aceitou pagar multa bilionária.