PF investiga se Queiroz teve acesso a inquérito sigiloso na superintendência do Rio

24 jun 2020 - 10h03
(atualizado às 12h45)

A Polícia Federal pediu informações à Superintendência da corporação no Rio de Janeiro para apurar se Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e que foi preso na semana passada, teve acesso a um inquérito sigiloso aberto a partir de um relatório de inteligência do Coaf que teria apontado movimentações financeiras atípicas dele.

Viatura da Polícia Federal no Rio de Janeiro
26/05/2020 REUTERS/Pilar Olivares
Viatura da Polícia Federal no Rio de Janeiro 26/05/2020 REUTERS/Pilar Olivares
Foto: Reuters

O requerimento foi feito no dia 19 de junho pela delegada Christiane Corrêa Machado à PF do Rio após a defesa do ex-ministro da Justiça Sergio Moro ter defendido que se investigue se Queiroz obteve cópia da investigação sigilosa.

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"Visando instruir os autos do inquérito policial... solicito a Vossa Excelência informações sobre existência de eventual inquérito instaurado na SR/PF/RJ, a partir do Relatório de Inteligência Financeira..., esclarecendo se, nos respectivos autos, foram protocolados requerimentos de vistas de Fabrício de Queiroz. Caso positivo, solicito cópia desses documentos", disse a delegada.

Esse pedido foi feito no âmbito do inquérito que tramita perante o Supremo Tribunal Federal (STF) e investiga se o presidente Jair Bolsonaro interferiu no comando da Polícia Federal, acusação feita por Moro quando pediu demissão do comando do Ministério da Justiça final de abril.

Ao STF, citando uma reportagem, a defesa do ex-ministro citou que um advogado de Queiroz pediu à Justiça acesso aos autos do inquérito sigiloso. Essa movimentação ocorreu na mesma época em que Bolsonaro deu declarações públicas de que pretendia trocar o comando da PF no Rio, onde o inquérito tramitava.

A PF já pediu ao ministro Celso de Mello, relator do inquérito sobre Bolsonaro no Supremo, para ouvi-lo em breve ao citar que as investigações estão avançadas. Após a conclusão da apuração, caberá ao procurador-geral da República, Augusto Aras, decidir se denuncia o presidente ou se arquiva o caso.

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Ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio, Queiroz foi preso na semana passada em uma investigação conduzida pelo Ministério Público do Rio que apura um esquema de desvio de recursos e retenção de salário de servidores do gabinete do filho mais velho do presidente e de outros deputados estaduais, num esquema conhecido como "rachadinha".

Bolsonaro disse que a prisão de Queiroz foi "espetaculosa" e que ele não estava foragido. Flávio, por sua vez, negou irregularidades e disse que a detenção do ex-assessor visa atingir o presidente.

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