PF pede ao STF para ouvir Bolsonaro em breve em inquérito sobre suposta interferência

23 jun 2020 - 18h18
(atualizado às 18h23)

A Polícia Federal pediu ao ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), para tomar em breve o depoimento do presidente Jair Bolsonaro como uma das últimas diligências a serem cumpridas no inquérito que investiga suposta interferência de Bolsonaro no comando da PF, segundo documento obtido pela Reuters nesta terça-feira.

Presidente Jair Bolsonaro em Brasília
17/06/2020
REUTERS/Adriano Machado
Presidente Jair Bolsonaro em Brasília 17/06/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

"Informo a vossa excelência que as investigações se encontram em estágio avançado, razão pela qual nos próximos dias torna-se necessária a oitiva do senhor Jair Messias Bolsonaro, presidente da República", disse o ofício encaminhado pela delegada da PF Christiane Corrêa Machado ao Supremo.

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A assessoria de imprensa do STF informou que o gabinete do ministro Celso de Mello, relator do inquérito, vai analisar o pedido da Polícia Federal.

A PF ainda não definiu se Bolsonaro será ouvido pessoalmente ou por escrito, conforme defende o procurador-geral da República, Augusto Aras, segundo relatou uma fonte à Reuters anteriormente. Ainda não há uma data definida para que a PF colha o depoimento de Bolsonaro.

Aberto inicialmente no final de abril, após denúncia feita pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro, o inquérito sobre suposta interferência de Bolsonaro na PF foi prorrogado pelo ministro do STF no último dia 8 por mais 30 dias. Vários depoimentos já foram colhidos na investigação.

O ponto alto das apurações foi o vídeo tornado público, por determinação de Celso de Mello, de uma reunião ministerial do dia 22 de abril, na qual Moro disse ter sido ameaçado por Bolsonaro de demissão diante da pressão por troca na PF. O presidente nega as acusações e disse que se referia à sua segurança pessoal.

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O presidente, que criticou o relator do caso no STF, já pediu publicamente o arquivamento do inquérito. Caberá ao procurador-geral da República decidir se denuncia Bolsonaro ao final das investigações ou se arquiva o caso.

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