A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o ex-ministro Geddel Vieira Lima o irmão dele, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), e mais quatro pessoas ao Supremo Tribunal Federal (STF) no caso referente à apreensão de 51 milhões de reais em um apartamento em Salvador (BA), a maior desse tipo feita pela Polícia Federal, em setembro passado.
Na denúncia, de 65 páginas, Geddel e Lúcio foram acusados criminalmente de lavagem de dinheiro e organização criminosa. A peça sustenta que a família Vieira Lima ocultou de 2010 a setembro deste ano recursos de origem ilícita. A acusação cita que eles lavavam dinheiro por meio de investimentos imobiliários.
Foram também denunciadas a mãe dos políticos, Marluce Vieira Lima, os ex-secretários parlamentares, Job Ribeiro Brandão e Gustavo Pedreira do Couto Ferraz e o empresário Luiz Fernando Machado da Costa Filho.
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu a possibilidade de se extinguir a punição ou ter outros tipos de benefícios penais dos ex-secretários parlamentares denunciados por eles terem colaborado com as investigações.
Em um pedido separado, Dodge defendeu ao Supremo a instauração de novo inquérito para apurar se a família Vieira Lima teria se apropriado de valores pagos pela Câmara a secretários parlamentares. A apuração quer saber também se os secretários exerciam efetivamente funções públicas ou se trabalhavam para a família prestando serviços privados.
A procuradora-geral também pediu a prisão domiciliar da mãe dos políticos e o recolhimento noturno e nos dias de folga de Lúcio Vieira Lima com o argumento de que eles continuam a praticar crimes e obstruir a investigação.
Os pedidos foram encaminhados ao ministro Edson Fachin, a quem cabe fazer a instrução da denúncia e levá-la para julgamento colegiado, assim como se manifestar sobre as demais iniciativas apresentadas por Dodge. Se a denúncia for aceita, eles viram réus e, posteriormente, poderão ser julgados.
Na semana passada, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que o presidente Michel Temer não tem receio de uma eventual delação de Geddel, importante aliado que foi seu ministro da Secretaria de Governo. Ele está preso desde setembro.
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