A Procuradoria-Geral da República denunciou no fim do dia de segunda-feira (30) ao Supremo Tribunal Federal (STF) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os ex-ministros Antônio Palocci e Paulo Bernardo, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o empresário Marcelo Odebrecht por corrupção e lavagem de dinheiro.
A denúncia partiu das delações premiadas dos executivos da empreiteira Odebrecht. De acordo com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a construtora prometeu em 2010 a Lula uma doação eleitoral de 64 milhões de reais em troca de decisões políticas para beneficiar a empresa.
O montante teria ficado à disposição do PT e teria sido usado em campanhas, inclusive na da senadora, que foi candidata à governadora do Paraná na eleição de 2014. Como contrapartida, o PT teria aumentado a linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a Angola, país africano onde a empreiteira tinha negócios.
Além dos depoimentos das delações, segundo a PGR, a denúncia se baseia em documentos, como planilhas, e mensagens, fruto da quebra de sigilo telefônico.
Ao G1, o PT negou as acusações e afirmou que elas são incongruentes ao tentar relacionar decisões de 2010 com a campanha de 2014. "Mais uma vez a Procuradoria Geral da República atua de maneira irresponsável, formalizando denúncias sem provas a partir de delações negociadas com criminosos em troca de benefícios penais e financeiros", afirmou o partido em nota.
"A denúncia irresponsável da PGR vem no momento em que o ex-presidente Lula, mesmo preso ilegalmente, lidera todas as pesquisas para ser eleito o próximo presidente pela vontade do povo brasileiro", acrescentou o PT.
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