A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao ministro Edson Fachin, relator da operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o arquivamento de um inquérito que investiga o senador e ex-presidente do PMDB Valdir Raupp (RO) por suspeita de recebimento de propina a fim de intermediar para uma construtora na Petrobras.
O caso foi aberto no STF em outubro de 2016 a partir das delações premiadas do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Yousseff e o operador do PMDB Fernando Soares, conhecido popularmente como Fernando Baiano.
Em manifestação ao Supremo, Dodge citou relatório conclusivo da Polícia Federal em que não conseguiu se comprovar a ocorrência de reunião de dados que apontassem pagamentos em favor de Raupp, como dito por Fernando Baiano. Foi observado também que a empresa, a Construtora Brasília Guaíba Ltda, também não foi contratada pela Petrobras.
"Não restou, portanto, comprovado qualquer registro de pagamento de vantagem indevida a Valdir Raupp, seja via doação eleitoral dissimulada, seja via pagamento em dinheiro, formas de pagamento que se mostraram mais comuns no âmbito da operação Lava Jato", disse a chefe do Ministério Público Federal.
A procuradora-geral destacou que não se vislumbram a possibilidade de realizar novas diligências, além das já adotadas, "potencialmente úteis a confirmar as afirmativas do colaborador".
"Nesse contexto, não se verificam elementos suficientes que possam fundamentar a continuidade do inquérito e, por mais forte razão, a propositura de uma ação penal", defendeu Dodge.
Caberá a Fachin aceitar o pedido da procuradora-geral --geralmente é esse o caminho a partir de manifestação da PGR.
Raupp é réu no STF em ação da Lava Jato e ainda é alvo de outras investigações criminais.