Plenário do STF julga fechamento de igrejas nesta quarta

Após decisões antagônicas de Kássio Nunes Marques e Gilmar Mendes, Supremo decidirá se estados poderão fechar os templos

5 abr 2021 - 15h11
(atualizado às 15h13)

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, decidiu incluir como primeiro item da pauta de julgamento do plenário da quarta-feira ações que envolvem a possibilidade de abertura de igrejas, templos e realização de outras cerimônias de cunho religioso no país, segundo a assessoria de imprensa do órgão, em meio ao mais grave momento da pandemia de covid-19 no país.

04/04/2018
REUTERS/Adriano Machado
04/04/2018 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

A determinação de Fux ocorre após decisões conflitantes tomadas nos últimos dias por ministros do STF.

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No sábado, véspera do domingo de Páscoa, ao atender pedido da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure), o ministro do Supremo Nunes Marques havia concedido liminar para liberar atividades religiosas presenciais.

Naquela decisão, Marques determinou que Estados, municípios e Distrito Federal se abstivessem de editar decretos que proibissem essas atividades, estipulando protocolos para a realização das cerimônias.

Nesta segunda, em outras duas ações, o ministro Gilmar Mendes decidiu pelo fechamento de igrejas em São Paulo e teceu críticas sobre a liberação de cerimônias religiosas no momento.

Mendes comparou esse tipo de liberação a uma "postura negacionista". "Uma ideologia que nega a pandemia que ora assola o país, e que nega um conjunto de precedentes lavrados por este Tribunal durante a crise sanitária que se coloca", disse.

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Na sua decisão, Mendes disse que o decreto que se buscava impugnar "não foi emitido no 'éter', mas sim no país que, contendo 3% da população mundial, concentra 33% das mortes diárias por covid-19 no mundo, na data da presente decisão".

Nunes Marques, indicado ao STF pelo presidente Jair Bolsonaro, e Gilmar Mendes protagonizaram um duro embate no julgamento que, ao final, considerou o ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro suspeito no processo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o tríplex do Guarujá.

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