A Polícia Militar dispersou nesta sexta-feira com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha uma manifestação que se concentrou nos arredores da residência do presidente da República, Michel Temer, em São Paulo, em um dos últimos atos convocados por causa da greve geral.
A residência de Temer, que está em Brasília com a família, está localizada no Alto de Pinheiros, zona oeste de São Paulo, e foi isolada por um perímetro de 150 metros que impediu o acesso dos milhares de manifestantes ao redor.
O protesto, convocado por sindicatos e organizações sociais, transcorreu de maneira pacífica e sem incidentes, mas, ao término dos atos programados, agentes da Polícia Militar começaram a dispersar um grupo que ainda se encontrava no local. Vários mascarados responderam aos policiais arremessando pedras, garrafas e objetos que encontraram na rua.
Com veículos blindados, a polícia avançou progressivamente pelas ruas aos arredores para terminar de dispersar os grupos que ainda não tinham abandonado o lugar.
O protesto começou no início da noite, a poucos quilômetros da casa de Temer, e reuniu líderes políticos como os senadores Gleisi Hoffmann e Lindbergh Faria, ambos do Partido dos Trabalhadores (PT). De acordo com Lindbergh, até a base do governo está percebendo "o quão difícil está a situação" de Temer.
Dirigentes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e dos principais sindicatos também acompanharam pacificamente a caminhada até a casa de Temer, protegida por um perímetro de segurança.
O líder do MTST, Guilherme Boulos, ameaçou ocupar o Congresso Nacional caso as autoridades "não entendam o recado" e mantenham as reformas no calendário.
"Se não entenderem o recado, haverá convulsão social, vamos a Brasília para ocupar o Congresso Nacional, vamos para dentro porque a terra improdutiva tem que ter um fim social", prometeu em seu discurso à multidão.
"Resistência e luta contra as reformas" e o já tradicional "Fora, Temer" foram algumas das mensagens ditas e expostas em cartazes durante o protesto.
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