A Secretaria de Segurança Pública do Maranhão informou nesta segunda-feira que 16 suspeitos de participar dos incêndios a seis ônibus e uma van, no último final de semana, em São Luís, foram presos. A polícia investiga se a ordem para os ataques que aterrorizaram a população da capital do estado no último sábado e domingo foi dada a partir do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, maior estabelecimento prisional do Maranhão.
Em nota, a secretaria informou que continua investigando a autoria dos atentados e que “todas as medidas foram tomadas para garantir a segurança da população”, sem citar, no entanto, quais ações estão sendo adotadas.
A Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária informouque investiga uma mensagem de áudio, divulgada nas redes socais, em que internos de Pedrinhas relacionam a ordem para os ataques a ônibus na capital a mudanças no esquema de visitas e ao suposto corte no fornecimento de água e luz no estabelecimento prisional.
Há duas semanas, 49 presos fugiram de Pedrinhas. No dia 10 deste mês, 36 detentos escaparam depois que bandidos obrigaram o motorista de um caminhão a lançar o veículo contra o muro do complexo, abrindo um grande buraco no concreto. Seis dias depois, 13 detentos deixaram a unidade por um túnel cavado a partir do Presídio São Luís 1. Na última segunda-feira, o diretor do centro, Cláudio Barcelos, foi acusado de receber propina para facilitar a fuga de presos.
As rebeliões e as fugas teriam sido motivadas pelo início da transferência de presos para o Presídio São Luís 3, instalado na zona rural de São Luís. De acordo com o governo do estado, a unidade já recebeu cerca de 30 detentos e dispõe de 479 vagas no regime fechado para presos provisórios e sentenciados. Ela funcionará em regime “de segurança e disciplina”, com detectores de metal e equipamento de raio X - similar ao usado em aeroportos. Além disso, não será permitida a entrada de celulares e aparelhos eletrônicos. A medida valerá, inclusive, para funcionários e visitantes.
Para enfrentar a crise no sistema prisional do estado, que se arrasta há mais de dois anos e continuou mesmo com o envio de homens da Força Nacional de Segurança Pública, o governo do Maranhão promete inaugurar cinco unidades prisionais, que totalizarão 2.446 vagas, até o final do ano.