A polícia vai fazer uma reprodução simulada do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, mortos a tiros em 14 de março, afirmou o secretário de segurança do Rio de Janeiro, Richard Nunes, neste sábado (21/04).
Segundo Nunes, a medida deve ser realizada somente no início de maio devido à sua complexidade. "É complexo realizar uma reprodução simulada como essa, inclusive com disparos reais naquela área. Isso demanda uma série de ações", afirmou o secretário, citado pelo portal G1.
De acordo com o secretário, a simulação vai "ajudar muito" a compreender o crime e a cruzar as diferentes versões das testemunhas.
"Estamos trabalhando muito para chegar ao autor desse crime. É uma investigação complexa, que demanda uma série de produções e provas", afirmou Nunes. "Estamos no ritmo que tem que ser dado, com seriedade e serenidade."
Marielle e Anderson foram mortos, após a vereadora ter participado de um debate com mulheres negras no bairro da Lapa, região central do Rio. O crime aconteceu no Estácio, a poucos quilômetros dali, onde o carro foi alvejado por vários disparos, dos quais quatro atingiram a vereadora.
O caso levou multidões às ruas no mundo todo para manifestar solidariedade e cobrar explicações. O Disque Denúncia já recebeu mais de 100 ligações sobre o assassinato.
No início desta semana, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que as investigações apontam para o envolvimento de milícias. O ministro não deu detalhes sobre os indícios de tal hipótese e também não descartou o envolvimento de vereadores no crime.
Em 6 de abril, o comandante da intervenção federal no Rio de Janeiro, general Braga Netto, revelou avanços na investigação após reunião com o presidente Michel Temer. Na ocasião, demonstrou otimismo com o desfecho do caso nos próximos dias. Segundo o general, após ouvir o relato, Temer afirmou que a prisão dos assassinos da vereadora é considerada de extrema importância para o governo.
Além de defender os direitos das mulheres e a inclusão social, Marielle criticava a violência policial. De acordo com correligionários e familiares, ela não vinha sofrendo perseguição no período que antecedeu o crime. Alguns dias antes, ela havia denunciado a violência do 41º Batalhão de Polícia Militar na favela de Acari, Zona Norte da cidade.
LPF/efe/ots
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