O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou que abusos por parte da Polícia Militar “nunca vão ser tolerados”, após a morte do estudante de Medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos. O rapaz foi morto durante uma abordagem policial em um hotel na Vila Mariana, em São Paulo, durante a madrugada de quarta-feira, 20.
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Marco foi morto com um tiro à queima-roupa. No depoimento, os PMs envolvidos na ocorrência afirmaram que ele tentou pegar a arma de um dos agentes. No entanto, imagens das câmeras de monitoramento do hotel contradizem a versão da corporação.
Na noite desta quinta-feira, 21, Tarcísio lamentou a morte do rapaz em uma publicação em sua conta no X, e afirmou que essa “não é a conduta que a polícia do Estado de São Paulo deve ter com nenhum cidadão, sob nenhuma circunstância”.
Eu lamento muito a morte do Marco Aurélio. Essa não é a conduta que a polícia do Estado de São Paulo deve ter com nenhum cidadão, sob nenhuma circunstância. A Polícia Militar é uma instituição de quase 200 anos, é a polícia mais preparada do país e está nas ruas para proteger.…
— Tarcísio Gomes de Freitas (@tarcisiogdf) November 22, 2024
O governador alega que a instituição, que tem quase 200, é a mais preparada do país e que está nas ruas para protestar. “Abusos nunca vão ser tolerados e serão severamente punidos”.
O agente responsável pelo disparo foi indiciado por homicídio doloso no Inquérito Policial Militar (IPM), nesta quinta. Conforme a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou ao Terra, ambos os PMs envolvidos na ocorrência permanecerão afastados das atividades operacionais até a conclusão das apurações.
"Toda a conduta dos agentes é investigada. As imagens das câmeras corporais que registraram o fato serão anexadas aos inquéritos conduzidos pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)", acrescentou a corporação.
O crime
O caso aconteceu por volta das 2h, na Rua Cubatão, Vila Mariana. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), os policiais estavam em patrulhamento quando Marco Aurélio passou pela viatura e teria dado um tapa no retrovisor do veículo, tentando fugir em seguida.
Ele correu em direção a um hotel onde estava hospedado e foi perseguido pelos policiais, que relataram que o estudante estava alterado e agressivo. Imagens do circuito interno do local mostram o momento em que os agentes entram em confronto com o rapaz, que resiste à abordagem.
Em seguida, um dos policiais efetua um disparo e atinge Marco Aurélio na região do peito. No depoimento, os PMs relataram que o rapaz tentou pegar a arma de um deles.
No entanto, o vídeo mostra que, na verdade, um dos PMs atirou após o outro agente, que atendia a ocorrência com ele, dar um chute no estudante, ter a perna segurada pelo jovem e cair para trás, desequilibrado. Nas imagens, não é possível observar Marco Aurélio tentando pegar a arma do policial, como afirmado pelos agentes no depoimento à polícia.
O estudante foi socorrido e levado ao Hospital Ipiranga, mas após duas paradas cardiorrespiratórias, ele não resistiu e morreu por volta das 6h40 da própria quarta-feira. O caso foi registrado como morte em decorrência de intervenção policial no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).