Ação da polícia prende miliciano mais procurado do Rio

Wellington da Silva Braga, conhecido como Ecko, liderava o Bonde do Ecko, maior milícia da capital fluminense; segundo a TV Globo, miliciano teria sido baleado e morreu

12 jun 2021 - 11h38
(atualizado às 12h29)

O miliciano mais procurado do Rio, Wellington da Silva Braga, conhecido como Ecko, foi alvo de uma operação policial na manhã deste sábado, 12. A Polícia Civil informou inicialmente que Ecko foi preso, mas, segundo a TV Globo, o miliciano teria sido baleado e morreu.

Chefe da maior milícia do Rio é capturado
Chefe da maior milícia do Rio é capturado
Foto: Reprodução

A operação encontrou Ecko na casa de parentes na Comunidade das Três Pontes, no bairro de Paciência, zona oeste do Rio. O miliciano liderava o Bonde do Ecko, maior milícia do Rio.

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Nas redes sociais, o governador Cláudio Castro (PL) disse que a operação foi um "golpe duro nas facções criminosas do Estado". "Hoje é um dia importante. Demos um golpe duro nas facções criminosas do Estado. Parabéns, Polícia Civil, pela operação cirúrgica e sigilosa que capturou o Ecko, miliciano mais procurado do Brasil", escreveu Castro, em sua conta no Twitter, sem confirmar a morte do miliciano na operação.

Ecko teve prisão preventiva decretada em fevereiro de 2019. O Disque Denúncia, entidade sem fins lucrativos que recebe denúncias anônimas por telefone, oferecia uma recompensa de R$ 10 mil por informações que levassem a sua captura.

No pedido de prisão de 2019, o grupo de Ecko é descrito como "organização criminosa" com "estrutura ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas". A atuação do Bonde do Ecko se espalha por um grande território da zona oeste da capital, em bairros como Santa Cruz, Campo Grande, Cosmos, Paciência e Sepetiba, e chegou a outras cidades da região metropolitana, como Itaguaí, Nova Iguaçu e Seropédica.

Investigações passadas mostram que o Bonde do Ecko é sucessor da Liga da Justiça, uma das mais antigas milícias do Rio, desde que esses grupos majoritariamente formados por policiais militares, bombeiros e homens egressos dessas forças de segurança passaram a se organizar como tal no início dos anos 2000.

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Os irmãos e ex-policiais Natalino e Jerominho Guimarães, ex-deputado estadual e ex-vereador, respectivamente, são acusados de fundar a Liga da Justiça. Presos, ficaram 11 anos na cadeia, até serem soltos em 2018. Com a prisão dos irmãos ex-policiais, entre 2007 e 2008, a Liga da Justiça deu os primeiros passos rumo uma associação com traficantes de drogas, uma virada na forma de atuar desses grupos.

Na origem, no início dos anos 2000, as milícias ficaram conhecidas por formar grupos armados que combatiam os traficantes nas favelas, especialmente na zona oeste, e passavam a dominar as localidades, com poder armado. Por um lado, ofereceriam segurança aos moradores. Por outro, controlariam atividades ilegais como transporte clandestino por vans, venda de botijão de gás, acesso a TV a cabo e internet clandestina.

O estudo Mapa dos Grupos Armados do Rio de Janeiro, divulgado em outubro do ano passado, apontou que grupos milicianos do Rio já controlam 57% do território da capital fluminense. As três facções do tráfico carioca têm, somadas, o domínio de 15%. O levantamento foi feito por meio de uma parceria entre o Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da UFF, o Núcleo de Estudos da Violênciada USP, o Disque-Denúncia e as plataformas Fogo Cruzado e Pista News.

A associação com o tráfico começou com a entrada de traficantes na Liga da Justiça. Considerado hoje o grupo miliciano mais forte do Rio, o Bonde do Ecko é uma espécie de continuação da Liga da Justiça e já expandiu sua atuação para municípios da região metropolitana, principalmente na Baixada Fluminense.

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