Aluno treinou facadas em travesseiro antes de ataque em escola, diz site

Estudante de 13 anos matou professora e feriu quatro pessoas durante ataque em escola de São Paulo na manhã de segunda-feira, 27

28 mar 2023 - 13h42
Aluno autor de ataque foi transferido da 34ª Delegacia de Polícia Civil para a Fundação Casa nesta segunda, 27
Aluno autor de ataque foi transferido da 34ª Delegacia de Polícia Civil para a Fundação Casa nesta segunda, 27
Foto: Suamy Beydoun/AGIF via Reuters Connect

O estudante de 13 anos que matou uma professora e deixou quatro pessoas feridas em uma escola de São Paulo teria treinado as facadas em travesseiros, no sótão de casa, antes do ataque. A ação criminosa aconteceu na segunda-feira, 27. 

A informação foi divulgada pelo site Metrópoles. O adolescente foi apreendido pela polícia depois do ataque, que ocorreu na Escola Estadual Thomázia Montoro, no bairro Vila Sônia, na Zona Oeste da capital paulista. Segundo a publicação, o adolescente afirmou em depoimento que ficava horas sozinho no sótão de casa porque "era onde tinha mais privacidade" e podia "ficar mais à vontade".

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Segundo informações, ele planejou o ataque por cerca de dois anos, e tinha a intenção de usar uma arma de fogo. Por não conseguir adquirir o armamento, resolveu usar a faca.

Vítimas

A professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, morreu depois de ser atingida por 10 golpes de faca. Três professoras ficaram feridas e uma está internada.

O garoto foi contido por uma professora de educação física, que conseguiu desarmá-lo com um mata-leão dentro da sala de aula. Ele foi levado para a delegacia pela Polícia Militar.

Antes de estudar na escola da Zona Oeste, o adolescente frequentava as aulas da Escola Estadual Roberto Pacheco, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Ele afirmou que era comparado por colegas ao serial killer Jeffrey Dahmer, assassino em série que matou 17 homens nos Estados Unidos entre 1978 e 1991. Dahmer também praticava estupros e canibalismo. A vida do assassino chegou a ser retratada em uma série da Netflix lançada em 2022.

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Vingança

O adolescente afirmou em depoimento na segunda-feira, 27, na presença dos pais, que sentia tristeza "há muitos anos" e que há cerca de dois anos começou a planejar o ataque para, em suas palavras, "acabar com toda a angústia que sentia". A ideia dele era se "vingar" do bullying que sofria por sua aparência física nas escolas onde estudou, inclusive, na E. E. Thomázia Montoro. 

À polícia, o autor do ataque relatou que era chamado de "rato de esgoto" e que, por isso, brigou e xingou um colega de "macaco" na última semana. Na ocasião, a professora que assassinada foi quem apartou a discussão entre os dois alunos.

De acordo com o Metrópoles, o aluno disse que a "vingança" consistia em sua "vontade de matar pessoas", cerca de duas, e depois cometer suicídio. Ele alegou ter se inspirado em outros massacres ocorridos em escolas.

Uma das inspirações do estudante foi o massacre de Suzano, em 2019, quando dois estudantes mataram sete pessoas e depois se suicidaram. No ataque desta segunda, o adolescente usava uma máscara de caveira semelhante à utilizada pelos assassinos em Suzano.

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Arma de fogo

Objetos apreendidos usados pelo estudante responsável por ataque em escola de SP
Foto: Divulgação/Polícia Civil

O aluno de 13 anos disse que planejava realizar o atentado com uma arma de fogo, e que tentou adquirir o armamento pela internet nos últimos dois anos, mas os planos sempre falharam. Sem a arma, ele decidiu cometer o crime com uma faca.

"Há uma semana, [o adolescente] estava muito ansioso para agir logo e acabar o mais rápido [possível] com tudo. Ontem, domingo, pensou 'de amanhã não passa'", diz trecho do depoimento, segundo o Metrópoles.

Ele usou uma faca encontrada em casa e chegou a publicar fotos nas redes sociais segurando o objeto. No perfil, ele usava o sobrenome de um dos envolvidos no massacre de Suzano. Ele escreveu que iria fazer uma "baguncinha na escola".

Ao delegado, o adolescente disse que escolheu as vítimas aleatoriamente. "Apenas queria atingir vários e se matar em seguida", diz o depoimento.

Fonte: Redação Terra
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