Um homem de 30 anos foi apresentado pela Polícia Civil, no final da tarde de quinta-feira, como suspeito de ter violentado mais de 60 adolescentes e as obrigado a participar de rituais de magia negra. Os crimes aconteceram em dois municípios do interior do Amazonas e foram descobertos após denúncia das vítimas.
Segundo a polícia, Renato Reis Fragata cometeu os crimes nas cidades de Parintins, a 369 km de Manaus, e em Iranduba, a 32 km da capital amazonense. As adolescentes têm idade entre 13 e 17 anos. Após ser preso, no início da semana, em cumprimento a mandado de prisão, o suspeito assumiu parte dos crimes.
Na delegacia, Renato contou que se aproximava das garotas na porta das escolas. Primeiro, ele estabelecia amizade com as jovens chamando-as para participar de um grupo numa rede social que discutia assuntos relacionados a bandas de rock. Depois, revelava fazer parte de uma seita satânica e as convidava para ingressarem nesse grupo.
"Motivadas pela curiosidade, essas garotas acabavam aceitando participar do grupo satânico. Ele, então, repassava orações satanistas baixadas da internet para as vítimas e realizava rituais de iniciação. Para evoluírem na seita, as meninas tinham que fazer duelo de orações, beber sangue de animais, matar um desafeto e, por fim, manter relações sexuais com ele. Segundo o depoimento do Renato e de algumas vítimas, ao fazer sexo com ele, as garotas receberiam o poder que ele dizia ter, transformando essas meninas em bruxas", explicou Paulo Mavignier, delegado titular da delegacia de Iranduba.
Durante a apresentação, ele confirmou ter mantido relações sexuais com 13 garotas em Iranduba. No entanto, segundo a polícia, só em Parintins foram mais de 60. "De Parintins não posso falar, mas aqui foram 13 meninas", disse Renato que também revelou ter mantido relação sexual com as garotas em cemitérios das duas cidades onde cometeu os crimes.
O suspeito responde a cinco inquéritos por estupro na cidade de Parintins. Em Iranduba, foi graças a uma professora da cidade que o caso veio a tona. "A professora percebeu que ele abordava diariamente os jovens na porta de uma escola aqui da cidade e achou estranho. Ao conversar com alguns desses adolescentes, descobriu a história e denunciou o caso pra gente", contou o delegado que rapidamente preparou um inquérito, localizou algumas vítimas e conseguiu, junto a Justiça, o mandado de prisão do suspeito.
Só que Renato Fragata desconfiou que estava sendo investigado e fugiu de Iranduba para Parintins, onde foi preso na última segunda-feira. O suspeito vai responder pelos crimes de estupro de vulnerável, corrupção de menores e ainda por divulgação de material pornografico de adolescentes - pois, segundo a polícia, ele publicava imagens de sexo com as jovens em um grupo fechado de uma rede social. A polícia também investiga um suposto aborto realizado pelo suspeito.
"Uma das meninas engravidou de outro homem e o próprio Renato acabou realizando um procedimento de aborto. Segundo ele, o aborto teria sido feito através de uma oração, mas isso ainda estamos investigando. Certo mesmo são essas vítimas que já nos procuraram. Agora, com a divulgação do caso, esperamos novas vítimas. É preciso que ele permaneça preso porque se ele sair, vai continuar cometendo o mesmo crime em outra cidade", finalizou o delegado.