Após 3 anos, assassino confesso de Glauco ainda não tem previsão de alta

Cadu está internado em clínica psiquiátrica de Goiás. Em 2010, sob efeito de drogas, o jovem matou o cartunista e seu filho

13 mar 2013 - 14h09
(atualizado às 14h18)
<p>Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, suspeito de matar o cartunista Glauco Villas Boas e seu filho, Raoni, é submetido a tratamento psiquiátrico</p>
Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, suspeito de matar o cartunista Glauco Villas Boas e seu filho, Raoni, é submetido a tratamento psiquiátrico
Foto: Christian Rizzi/Gazeta do Povo / Futura Press

Internado em uma clínica psiquiátrica de Goiás desde o ano passado, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, assassino confesso do cartunista Glauco Villas Boas e de seu filho, Raoni, não tem previsão de receber alta.  Em 2010, Cadu, sob efeito de drogas, matou a tiros Glauco e Raoni em Osasco, na Igreja Céu de Maria, fundada pelo cartunista nos anos 90 e que segue os rituais do Santo Daime. Ele foi diagnosticado como portador de transtorno mental (esquizofrenia), considerado não responsável por seus atos, e, por isso, a Justiça determinou que ele cumprisse medida de segurança de internação compulsória por pelo menos três anos, cujo prazo mínimo terminaria nesta quarta-feira, 13 de março.

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Porém, segundo informações da Escrivania da 4ª Vara Criminal (de Execuções Penais) de Goiânia, a alta ou a alteração do tipo de tratamento a que Cadu está submetido - sob regime de internação hospitalar - para o regime ambulatorial, não tem previsão ainda de acontecer.  Ela depende de avaliação e autorização médica.

Segundo o advogado da família de Cadu, Gustavo Badaró, as avaliações são feitas rotineiramente pelos médicos, mas a mudança de regime também pode ser requerida pela família. Ao Terra, porém, Badaró disse que a família não entrou com o pedido judicial. "Falei há poucos dias com eles e esse assunto não foi levantado", disse Badaró. O advogado não quis comentar se acredita que Cadu já poderia sair da internação. "Seria leviano de minha parte falar sobre este assunto, já que são os médicos que podem determinar isso", disse.

Transferência

Desde outubro do ano passado, Cadu deixou o manicômio judiciário onde estava preso, na Grande Curitiba (PR), e passou a receber tratamento na Clínica de Repouso de Goiânia, localizada no Setor Oeste. A Justiça acatou um pedido de transferência feito pela família, e ele passou a ser acompanhado pelo Programa de Atenção Integral ao Louco Infrator (Paili), uma parceria do governo de Goiás com o Ministério Público e Tribunal de Justiça goianos.

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No entanto, Cadu ficou poucos dias nesta clínica e foi transferido para uma outra unidade da rede do Paili. "A família pediu que nós não informássemos onde ele está agora. Eticamente, estamos cumprindo esta solicitação", disse a coordenadora do programa, Maria Aparecida Diniz.

Segundo informações da assessoria da Secretária de Saúde do Estado de Goiás, o Paili já soma seis anos de atendimento às pessoas portadoras de transtornos mentais ou que manifestaram sofrimento mental no transcurso da execução penal, submetidas à medida de segurança no Estado de Goiás. Atualmente, 243 pacientes são acompanhados em 77 municípios goianos.

O programa visa a cumprir as diretrizes da Lei da Reforma Psiquiátrica, dentre elas a humanização do atendimento fora dos manicômios judiciários. As internações ocorrem somente nos casos em que os recursos extra-hospitalares não forem suficientes. Segundo explica a coordenadora, a prioridade é atender e incluir portadores de transtornos mentais que estão submetidos à medida de segurança, preferencialmente, no Sistema Único de Saúde (SUS).

Fonte: Especial para Terra
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