Após ataques a UPPs, escolas fecham e moradores ficam sem luz

21 mar 2014 - 11h36
(atualizado às 15h38)
<p>Segundo a Secretaria Municipal de Educação, o motivo do fechamento das unidades é a "violência no entorno"</p>
Segundo a Secretaria Municipal de Educação, o motivo do fechamento das unidades é a "violência no entorno"
Foto: Daniel Ramalho / Terra

Sete unidades de ensino da rede municipal amanheceram de portas fechadas na região de Manguinhos, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro, depois de uma noite de manifestações e tiroteios. As quatro escolas, duas creches e um espaço de desenvolvimento infantil atendem a cerca de 4 mil alunos. Na favela do Mandela, parte do Complexo, os transformadores de energia foram atingidos pelo tiroteio e muitas ruas permanecem sem luz. 

A auxiliar de serviços gerais Elisabeth Maria, 47 anos, não foi trabalhar por medo de deixar os filhos, que estão sem aula, sozinhos em casa. “Hoje tive que ficar em casa, estão todos com medo”, disse. Moradora da rua 9, ela disse que ela e os vizinhos estão sem luz desde o começo da noite de ontem. “Como a gente faz com a comida que está na geladeira com esse calor?”, questiona.

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Segundo a Secretaria Municipal de Educação, o motivo do fechamento das escolas é a "violência no entorno". No entanto, a secretaria diz que o conteúdo perdido será reposto.

Um colégio estadual também fechou as portas na manhã de hoje. A Secretaria Estadual de Educação informou que a unidade tem autonomia para tomar providências a fim de garantir "a integridade física e moral de seus alunos, professores e funcionários". Segundo a Secretaria, as aulas perdidas serão repostas.

No começo da tarde desta sexta-feira, técnicos da Ligth reparavam a rede e funcionários da Comlurb limpavam os destroços dos contêineres incendiados. 

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O conflito começou por volta das 18h de quinta-feira, quando o comandante da UPP Manguinhos, na zona norte da capital fluminense, capitão Gabriel Toledo, foi ferido na perna direita durante uma manifestação contra a desocupação de um prédio ao lado da Distribuidora de Suprimentos Disup, para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), na avenida Leopoldo Bulhões.

Segundo a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), durante o protesto, um policial foi atingido por uma pedra na cabeça e carros da polícia também foram atacados. A via foi interditada pelos moradores com a queima de pneus e pedaços de madeira. Depois disso, criminosos se infiltraram no protesto e iniciaram o tiroteio que atingiu o comandante, segundo a polícia. Os criminosos atearam fogo em um contêiner de uma base avançada da UPP Mandela, no Conjunto de Favelas de Manguinhos.

A Polícia Militar informou que Toledo passa bem. Ele foi baleado na perna e levado para o Hospital Geral de Bonsucesso (HGB) e depois transferido para o Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), onde permanece em observação. Já o policial ferido na cabeça foi levado para o Hospital Getúlio Vargas (HGV), na Penha e também está em situação estável.

O governador Sérgio Cabral está a caminho de Brasília, onde deve se reunir com a presidente Dilma Rousseff para discutir os recentes episódios de violência nas unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) do Rio. Cabral, o vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e o secretário de Segurança José Mariano Beltrame pretendem propor um plano de segurança para o Estado. Cabral adiantou que vai solicitar o apoio das forças federais.

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Colaborou com esta notícia o leitor José Carlos Pereira de Carvalho, do Rio de Janeiro (RJ), que participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

Fonte: Com informações da Agência Brasil
Fonte: Terra
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