O ex-secretário de Fazenda de Mato Grosso Éder Moraes, acusado de ser o grande articulador do esquema de lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro revelado pelas investigações da Operação Ararath, ficou dois dias em liberdade e acabou sendo preso novamente pela Polícia Federal, na noite de domingo, em um hotel em Brasília. Ele deve ser encaminhado ainda nesta segunda-feira ao Complexo Penitenciário da Papuda. Um dos advogados dele, Fábio Lessa, não quis comentar a prisão. “Ainda não estou informado”, resumiu.
Moraes, que foi preso no dia 20 de maio, durante cumprimento de mais de 70 mandados de busca e apreensão e de prisão, havia sido solto às 3 horas da última sexta-feira. Atendendo à solicitação da defesa do ex-secretário, o Supremo Tribunal Federal (STF) revogou a prisão dele. Porém o juiz Jeferson Schneider, da 5ª Vara Federal de Cuiabá, também havia entendido que ele deveria ficar retido e essa decisão ainda está em vigência. Schineider é o juiz que derrubou o sigilo na Ararath.
Éder Moraes, conforme as investigações da Polícia Federal, convencia políticos de Mato Grosso a pegar vultuosos financiamentos para garantir, principalmente, milionárias campanhas eleitorais. Os financiamentos eram feitos no BicBanco, em favor das empresas de Gércio Mendonça Júnior, Global Fomento e Amazônia Petróleo. Mendonça Júnior foi preso na primeira fase da Ararath e obteve o benefício da delação premiada. Por isso, a Polícia Federal chegou a acusados de alto escalão, como Éder e o deputado José Riva (PSD), que foi preso, mas já está respondendo processo em liberdade. Riva alegou que tem sido perseguido pelo Ministério Público Federal. O superintendente do BicBanco em Mato Grosso, Luiz Carlos Cuzziol, também foi preso e solto.