Após morte de delator, tenente preso tirou foto de maços de dinheiro em carro de luxo

Segundo denúncia do Ministério Público, tenente da PM adquiriu carro de luxo e tirou foto de maços de dinheiro no veículo dias após o crime

17 mar 2025 - 15h41
(atualizado às 15h51)
Resumo
O tenente da PM Fernando Genauro foi preso por envolvimento no assassinato de Vinícius Gritzbach, delator do PCC. Ele comprou um Audi Q3 e tirou foto de maços de dinheiro após o crime, segundo denúncia do Ministério Público.
Segundo MP, tenente passou a usar carro de luxo e tirou foto de maços de dinheiro em veículo após morte de delator
Segundo MP, tenente passou a usar carro de luxo e tirou foto de maços de dinheiro em veículo após morte de delator
Foto: Reprodução/Instagram/Polícia Civil

O tenente da Polícia Militar Fernando Genauro, preso por envolvimento na execução do delator do Primeiro Comando da Capital (PCC) Vinícius Gritzbach, comprou um carro de luxo e tirou uma foto com maços de dinheiro dispostos sobre o volante do veículo dias após o crime, segundo denúncia do Ministério Público. A imagem foi obtida pela Polícia Civil após a quebra do sigilo telemático do investigado.

"O tenente adquiriu um Audi Q3 alguns dias após o crime e tirou uma foto com maços de dinheiro em cima do volante do carro, mais um elemento que comprova o motivo torpe em relação a ele e aos outros policiais, que praticaram o crime mediante promessa de recompensa", afirmou a promotora Vania Caceres Stefanoni durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, 17. 

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Segundo a promotora, o carro adquirido pelo tenente dias após a morte de Gritzbach foi um Audi Q3, que custa cerca de R$ 300 mil atualmente. Ele é acusado de auxiliar os outros dois policiais militares que efetuaram os disparos durante o crime, além de tê-los levado de carro até o local e colaborado na fuga.

De acordo com o Ministério Público, ainda não é possível determinar os valores pagos pelo assassinato do delator, mas ficou comprovado que os suspeitos utilizaram transações em criptomoedas para dificultar o rastreamento.

Ainda segundo o MP, a motivação do assassinato de Gritzbach teria sido uma represália por parte da facção criminosa e o interesse econômico de policiais militares.

O Terra tenta localizar a defesa do tenente Fernando Genauro. O espaço permanece aberto para manifestações. 

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Seis suspeitos foram denunciados 

Nesta segunda-feira, o Ministério Público apresentou denúncia contra os seis acusados pela morte de Gritzbach. O crime ocorreu em 8 de novembro de 2024, no Terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

A denúncia do MP contra os seis acusados inclui dois homicídios consumados: o de Gritzbach e o de Celso Araújo Sampaio de Novais, motorista de aplicativo que trabalhava no local no momento do crime. Além disso, os suspeitos foram denunciados por duas tentativas de homicídio contra vítimas que ficaram feridas. 

Dos seis denunciados, três são policiais militares apontados como participantes diretos da execução e que já se encontram presos. Eles são: o cabo Denis Martins, o soldado Ruan Rodrigues e o tenente Fernando Genauro. Os dois primeiros são acusados de terem usado fuzis para matar Gritzbach. 

Outros três indiciados estão foragidos:

  • Emílio Carlos Gongorra, conhecido como Cigarreira;
  • Diego Amaral, o Didi;
  • Kauê Amaral.

Emílio e Diego são apontados como os mandantes do assassinato. Kauê, por sua vez, teria atuado como olheiro no aeroporto, informando aos executores a localização do delator do PCC.

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Indiciados pela Polícia Civil e denunciados pelo MP pelo assassinato de delator do PCC
Foto: Reprodução/TV Globo

Em sua denúncia, o Ministério Público também apontou que os acusados participaram dos homicídios e das tentativas de homicídio com os seguintes agravantes: motivo torpe, meio cruel, emboscada e uso de arma de fogo de uso restrito.

A promotora Vania Caceres informou que as investigações sobre o caso ainda estão em andamento e que há outros possíveis suspeitos de envolvimento no crime. Segundo ela e o promotor Rodrigo Merli Antunes, a denúncia precisa ser formalizada agora para cumprir o prazo legal de 60 dias e garantir que os policiais já presos permaneçam detidos.

"Existem outros núcleos a serem investigados nesse caso. Essa denúncia fecha um ciclo, porque, dessas seis pessoas aqui denunciadas, nós temos convicção da autoria e participação delas no delito. Mas as investigações vão prosseguir em autos apartados, e outros partícipes terão suas condutas investigadas, sendo objeto de outro inquérito policial", destacou Vania.

Fonte: Redação Terra
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