Ararath: secretário acusado de articular esquema é solto

30 mai 2014 - 20h18
(atualizado às 20h24)

Já está em liberdade o ex-secretário de Estado de Fazenda de Mato Grosso Éder Moraes, apontado pela operação Ararath, deflagrada pela Polícia Federal, como principal articulador de um esquema de lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro.

Quem confirma a soltura é o advogado Paulo Lessa, que defende Moraes no inquérito da Ararath. “Não sei de mais detalhes, não sei quando ele volta para Cuiabá, porque tenho tido dificuldades de falar em Brasília”, alegou o advogado, quando questionado sobre o que justificou a liberdade do ex-secretário. Segundo Lessa, a determinação é do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli.

Publicidade

Éder Moraes foi preso no dia 20 de maio durante o cumprimento de mais de 70 mandados de busca e apreensão e ordens de prisão, em Cuiabá (MT), expedidos pelo STF e a Justiça Federal de Mato Grosso.

Conforme as decisões do ministro Dias Toffoli e do juiz da 5ª Vara Federal de Mato Grosso Jeferson Schneider, Moraes é acusado de intermediar vultuosos financiamentos irregulares, tomados, sem o aval do Banco Central, junto ao BicBanco, através das empresas Amazônia Petrolio e Global Fomento Mercantil, do proprietário Gércio Marcelino Mendonça Júnior. Os valores seriam principalmente para financiar campanhas eleitorais milionárias.

Dos três presos no dia 20 de maio na quinta etapa da operação, somente Moraes ainda estava preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, e foi o que ficou mais tempo retido. Ele foi liberado na madrugada de hoje, às 3h. O deputado estadual José Riva (PSD) ficou preso três dias e foi liberado no dia 23. Ele é acusado de se beneficiar do esquema, em pelo menos R$ 3 milhões. Riva afirma que é vítima de perseguição por parte do MPF. Ele vai responder processo em liberdade. Também foi preso na quinta etapa da Ararath o superintendente do BicBanco, Luiz Carlos Cuzziol, que foi solto no dia 25.

O governador de Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), que também é acusado de se beneficiar do esquema, também foi preso no dia 20, mas por porte ilegal de arma registrada. A arma foi encontrada na casa dele, alvo de um mandado de busca e apreensão. O governador prestou esclarecimentos à Polícia Federal, pagou fiança e foi solto. Em nota pública, defendeu a transparência nas investigações.

Publicidade

Conforme despachos de Toffoli e Schneider, também são investigados na Ararath o prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), acusado de pegar empréstimo com a Amazônia Petróleo, no período de campanha, em 2012, e contratar, em 2013, com dispensa de licitação, a mesma empresa, pelo valor similar ao emprestado. Sobre isso o secretário municipal de Comunicação, Kleber Lima, informou que será feita uma auditoria para analisar o caso. Além disso, Lima assegura que o empréstimo feito por Mauro Mendes foi pessoal, embora ele tenha colaborado com a própria campanha, doando um valor similar ao financiado.

Os despachos citam ainda um empréstimo que teria sido tomado pelo senador Blairo Maggi (PR), então governador, no valor de R$ 4 milhões, para a “compra” de uma vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE), em favor do atual conselheiro Sérgio Ricardo (PR), ex-deputado estadual.

Batismo de fogo: Os nomes inusitados das operações policiais

Fonte: Especial para Terra
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações