Bebê baleado na barriga da mãe está estável e com paraplegia

7 jul 2017 - 13h12
Foto: Reprodução

Apesar de grave, é estável o quadro de saúde do bebê Arthur que foi atingido por um tiro ainda dentro da barriga da mãe, Claudineia dos Santos Melo, na sexta-feira passada (30). O parto de emergência foi feito no Hospital Municipal Dr. Moacyr do Carmo, em Duque de Caxias, na região metropolitana do Rio, onde Claudineia teve alta ontem (6).

Segundo os médicos do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, unidade de referência na região, a evolução do quadro de saúde do bebê é boa. Ele respira sozinho, sem ajuda de aparelhos. Arthur foi levado ainda na sexta-feira para o hospital. O coordenador médico da UTI Neonatal do hospital, Eduardo de Macedo Soares, destacou que a atuação da equipe no hospital municipal Dr. Moacyr do Carmo foi importante para estabilizar o menino, para que ele pudesse ser transferido.

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Soares ressalta que Arthur continua internado na UTI Neonatal e está com quadro de paraplegia, mas as chances de recuperação são boas. "Existe esperança, porque no bebê existe uma coisa que a gente chama de neuroplasticidade, o bebê pode sim regenerar algumas áreas [neurológicas] e voltar [a movimentar as pernas], mas é muito cedo para qualquer prognóstico. É um quadro clínico grave, ele respira por conta própria, porém ainda precisa de um suporte mínimo ventilatório. É um bebê [em situação] grave, mas já está fazendo dieta, já foi para o colo da mãe, então está progredindo como a gente espera".

De acordo com o coordenador médico da neurocirurgia, Vinícius Mansur Zogbi, o bebê passou por uma cirurgia para descompressão da medula na terça-feira (4), após fazer uma ressonância nuclear magnética. "A cirurgia foi muito satisfatória, o exame de imagem não mostrou rompimento da medula, o que também vimos na cirurgia. Tinha muito edema e contusão. Isso foi muito bom, a cirurgia foi bem feita, bem sucedida. Mas qualquer prognóstico agora é muito precoce para a gente falar, tem que esperar um pouco. A pior das situações é que ele não volte a mexer as pernas".

Zogbi destaca que também não houve lesão no cérebro. "Quando o projétil pegou no crânio, ele teve um traumatismo craniano, mas não teve nada intracerebral, foi um hematoma subdural, entre o osso e o cérebro, então é um prognóstico muito melhor do que se fosse alguma coisa intracerebral, ele vai recuperar. O projétil passou de raspão no crânio, lacerou a orelha, entrou no ombro direito, fraturou a clavícula, entrou no tórax, fez a explosão da terceira vértebra, fraturou a quarta, cruzou para o pulmão esquerdo e saiu pelo lado esquerdo".

Os dois médicos concederam entrevista à imprensa na manhã de hoje (7), ao lado do secretário estadual de Saúde, Luiz Antonio Teixeira Jr. O secretário agradeceu o empenho dos profissionais e disse que a família terá todo o suporte da rede pública para o desenvolvimento de Arthur.

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"Ele está tendo um excelente tratamento, a rede do Rio de Janeiro tem essa excelência. A gente vive numa verdadeira guerra urbana, esse ano já atendemos mais de 650 pessoas baleadas nos nossos hospitais e nossas equipes são preparadas para essa situação. Quero parabenizar os profissionais. Quando houver a necessidade de reabilitação, a gente vai tentar que essa criança seja referenciada tanto na Rede Sarah quanto na ABBR [Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação], que são equipamentos públicos, filantrópicos".

Agência Brasil
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