Black blocs lamentam morte de cinegrafista atingido por rojão no RJ

Profissional da TV Bandeirantes, Santiago Andrade teve morte cerebral; ele foi atingido na cabeça enquanto registrava protesto no centro do Rio

10 fev 2014 - 15h06
(atualizado às 15h33)
O jornalista Santiago Andrade, em fotografia de arquivo pessoal divulgada pela Rede Bandeirantes
O jornalista Santiago Andrade, em fotografia de arquivo pessoal divulgada pela Rede Bandeirantes
Foto: Arquivo pessoal / Rede Bandeirantes / Reprodução

Manifestantes ligados ao movimento Black Bloc no Rio de Janeiro lamentaram, por meio da página do grupo no Facebook, a morte do cinegrafista Santiago Ilídio Andrade, atingido na cabeça por um rojão durante a cobertura de um protesto contra o aumento do preço do ônibus no centro do Rio de Janeiro na última quinta-feira (6).

“Estamos muito chateados com a notícia sobre a morte de Santiago, lamentamos demais e desejamos toda força à família, é uma perda muito difícil”, diz a mensagem publicada pelo grupo. 

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Santiago teve morte cerebral nesta segunda-feira. A morte encefálica foi informada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) no início da tarde e diagnosticada pela equipe de neurocirurgia do Hospital Municipal Souza Aguiar, onde ele estava internado no Centro de Terapia Intensiva desde a noite de quinta-feira.

Apesar de lamentar a morte do cinegrafista, o movimento criticou a atuação da Polícia Militar durante os protestos, e também a cobertura das manifestações feita pela imprensa. “Não vamos esquecer também do senhor que foi atropelado e morreu no mesmo dia (devido à violência da PM) e a televisão sequer citou! Realmente, infelizmente, é muito triste e difícil esse momento em que estamos lutando por um País melhor e acontece uma infelicidade dessa. Fica claro (sic) a diferença entre PM e manifestante! Nunca aconteceu tanta investigação por um caso como o do cinegrafista, pessoas morrem na mão dos imundos e não são noticiados e os causadores não são caçados”, diz a mensagem.

Em outra mensagem, o movimento afirma que o tatuador Fábio Raposo - que confessou à polícia ter participado da explosão do rojão que atingiu o cinegrafista - não disse ser um adepto da tática de manifestação black bloc. “Não somos um grupo. Black bloc é tática, mas cada um tem o seu próprio jeito de agir”, afirma o movimento. 

Fábio foi preso na manhã de domingo em cumprimento a um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça. O delegado Maurício Luciano, titular da 17ª Delegacia de Polícia (São Cristóvão) e responsável pelas investigações, disse que Fábio já foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado e crime de explosão e que a pena pode chegar a 35 anos de reclusão caso o cinegrafista não resistisse aos ferimentos. 

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Santiago Andrade teve afundamento do crânio, perdeu parte da orelha esquerda e foi submetido a uma cirurgia logo após ser levado para o Hospital Souza Aguiar, onde estava em coma induzido até ser constatada sua morte.

Fonte: Terra
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