Bolsonaro elogia sistema de votação da Venezuela: "voto eletrônico ao lado do voto impresso"

A declaração foi feita em uma transmissão em suas redes sociais neste domingo (28)

29 jan 2024 - 13h08
Bolsonaro elogia sistema de votação da Venezuela: “voto eletrônico ao lado do voto impresso”
Bolsonaro elogia sistema de votação da Venezuela: “voto eletrônico ao lado do voto impresso”
Foto: Reprodução / Perfil Brasil

O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que o líder venezuelano Nicolás Maduro começou a dar sinais de "eleições justas", ao implementar, no último plebiscito, um formato de urna eletrônica que também permite um sistema de voto impresso. A declaração foi feita em uma transmissão em suas redes sociais neste domingo (28).

Elogio ao sistema de voto venezuelano

Inicialmente, Bolsonaro exemplificou a situação contando sobre um suposto vídeo que mostra Maduro votando eletronicamente e apertando um botão para imprimir o voto: "Nesse plebiscito que vimos há poucas semanas que teve a iniciativa do presidente Maduro, teve o voto impresso ao lado da urna eletrônica. No vídeo, Maduro foi votar, eram cinco itens, ele apertava, falava uma coisa, apertava um botão, 'sim, sim, sim' e ai apertava outro botão e uma maquininha imprimia o voto. E ele pegava aquele voto, ao se dirigir à urna, falava 'olha, aqui o voto é eletrônico, mas tem o papel também, diferente de outros países', mas não citou que país é esse. E pôs ali o voto na urna".

O ex-presidente completou dizendo que "Maduro deu sinais, repito, que é muito importante isso, de eleições justas, o voto eletrônico ao lado do voto impresso".

No entanto, apesar do formato de votação adotado na Venezuela, Bolsonaro ressaltou que a "oposição não ganha" devido a decisão da Controladoria de Justiça, pró-governo, que determinou na última sexta-feira a inelegibilidade de María Corina Machado. Ela é, portanto, a principal candidata da oposição segundo as pesquisas.

"Bem, só que na última sexta-feira, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) decidiu tornar inelegível por 15 anos a maior opositora dele, que é a Maria Corina, e também por tabela, o outro nome lá, opositor, ou seja, no momento o Maduro não tem oposição na Venezuela. A eleição lá pode ser da forma que for, da forma como a oposição bem entender, mas a oposição não ganha", afirmou.

A Controladoria de Justiça divulgou um documento na última sexta-feira (26) que determinou a cassação de uma extensa lista de opositores, incluindo, além de María Corina, o ex-deputado Juan Guaidó, que chegou a ser reconhecido como presidente interino por mais de 50 países, incluindo o Brasil. Em seguida, o político se refugiou nos Estados Unidos, no mês de abril.

Voto impresso

Ao longo de sua carreira política, Bolsonaro levantou diversas vezes a bandeira do voto impresso, alegando, sem provas, que as urnas eletrônicas não eram seguras e auditáveis.

Em agosto de 2021, portanto, a Câmara dos Deputados rejeitou em plenário uma proposta que previa a implementação do voto impresso a partir de 2022. A proposta era patrocinada por Bolsonaro e seus aliados.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que organiza as eleições, e investigações do Ministério Público Eleitoral (MPE), nunca houve fraude comprovada nas eleições desde que elas foram adotadas — parcialmente em 1996 e 1998 e integralmente a partir de 2000.

Segurança das urnas

A Justiça Eleitoral afirma que diferentes mecanismos modernos de segurança da informação, como criptografia e assinatura digital, são aplicados no processo. As urnas,portanto, passam por Testes Públicos de Segurança, onde não houve êxito em adulterações.

"A urna eletrônica brasileira é um projeto maduro, que já completou 18 anos de existência. Nos últimos anos, a Justiça Eleitoral tem organizado eleições seguras, transparentes e muito rápidas, que têm servido de modelo e inspiração para todo o mundo. As eleições e as urnas brasileiras são seguras e confiáveis, seja pelo trabalho árduo da Justiça Eleitoral, seja pelo efetivo acompanhamento de todo o processo pela sociedade", afirma Rodrigo Carneiro, analista judiciário do TSE.

 * Sob supervisão de Lilian Coelho

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