Três mulheres e quatro homens dirão esta semana se dez policiais militares do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) são culpados ou inocentes pela morte de dez presos no chamado massacre do Carandiru –em que 111 detentos do pavilhão 9, ao todo, foram assassinados em 2 de outubro de1992.
A quarta etapa de julgamento do massacre teve início na manhã desta segunda-feira no Fórum Criminal da Barra Funda (zona oeste de São Paulo), e se refere aos fatos ocorridos no quarto andar, ou quinto pavimento, do pavilhão 9. A previsão é que o júri dure até seis dias.
Os sete jurados foram selecionados de um grupo de 30 que compareceram à convocação - feita, inicialmente, a 50 pessoas. Todos os escolhidos foram submetidos a exame médico determinado pelo juiz RodrigoTellini; uma mulher foi dispensada no procedimento.
Ao todo, serão ouvidas quatro testemunhas --duas de defesa e duas de acusação. Pelo Ministério Público, foram chamados o perito aposentado Oswaldo Negrini Neto e o ex-diretor de disciplina do Carandiru, Moacir dos Santos.
Pela defesa, serão ouvidos o agente penitenciário Mal Dinei e o desembargador Fernando Torres Garcia, juiz corregedor de presídios à época do massacre.
O terceiro júri do caso, realizado mês passado, foi adiado no terceiro dia, durante interrogatório do primeiro de 15 réus. Outros dois júris do caso, em abril e agosto do ano passado, condenaram PMs de outros grupos da corporação, como a Rota, pela morte dos presos.