Uma testemunha que foi subornada por quatro policiais militares para mentir durante as investigações a respeito do paradeiro de Amarildo de Souza – o pedreiro que sumiu em julho de 2013 após ser levado para a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, no Rio de Janeiro – está desaparecida há quatro meses.
De acordo com a Polícia Civil do Rio, a investigação está sob a responsabilidade da Delegacia de Descoberta de Paradeiro (DDPA), que “faz pesquisas para tentar localizar o paradeiro da mulher”.
Ainda segundo a polícia, o desaparecimento foi informado às autoridades pela filha da vítima, que procurou em agosto o setor de descoberta de paradeiros da Divisão de Homicídios da Capital (DH). Na ocasião, a filha ainda teria dito à polícia que a mãe já havia desaparecido outras vezes.
Os quatro PMs envolvidos em suborno de testemunhas do caso Amarildo foram denunciados na última quarta-feira pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e pela 2ª Promotoria de Justiça da Auditoria Militar. Eles são acusados de corrupção ativa de testemunhas por terem pago R$ 850 e R$ 500 a duas pessoas para que, em depoimento, elas acusassem o traficante Thiago da Silva Neris, conhecido como Catatau, pela morte de Amarildo.
O processo do caso Amarildo, que tramita na 35ª Vara Criminal, irá ingressar na fase de alegações finais. Em outubro de 2013, a Justiça recebeu denúncia do MP-RJ contra 25 policiais por tortura, 17 por ocultação de cadáver, 13 por formação de quadrilha e quatro por fraude processual.