Caso Bernardo: suspeito quer passar por detector de mentira

12 mai 2014 - 21h50
(atualizado às 22h39)
O advogado de Edelvania e Evandro Wirganovicz, Demetryus Eugenio Grapiglia, durante entrevista à imprensa em Frederico Westphalen
O advogado de Edelvania e Evandro Wirganovicz, Demetryus Eugenio Grapiglia, durante entrevista à imprensa em Frederico Westphalen
Foto: Felipe Schroeder Franke / Terra

Evandro Wirganovicz, irmão de Edelvânia Wirganovicz e quarto suspeito preso temporariamente por suposto envolvimento no caso da morte do menino Bernardo Uglione Boldrini, irá prestar depoimento somente mediante a presença de um detector de mentiras. A estratégia, anunciada e defendida pelo advogado dos dois irmãos, Demetryus Eugenio Grapiglia, está ancorada na convicção de que o homem, detido no último fim de semana em Frederico Westphalen (RS), nenhuma ligação tem com o assassinato da criança.

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"'Eu gostaria muito de falar, mas só falarei mediante detector de mentira'", afirmou Grapiglia citando seu cliente em entrevista a jornalistas no início da noite desta segunda-feira em sua casa em Frederico Westphalen. "Estamos pedindo a prova técnica (com base na nossa certeza de sua inocência)", afirmou o defensor ao explicar que a decisão tem por objetivo garantir que Evandro tenha as mesmas condições de depoimento em juízo que os outros presos tiveram.

Evandro foi preso no último sábado, 10 de maio, por suspeita de envolvimento no desaparecimento e morte de Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, encontrado morto e enterrado em uma mata nas proximidades do Rio Mico, periferia de Frederico Westphalen, no dia 14 de abril. A prisão temporária de Evandro foi aceita com base em informações passadas por um ex-policial militar que afirmou tê-lo visto nas proximidades da cena do crime e pelo entendimento de que um homem teria sido necessário para cavar o buraco onde o corpo de Bernardo foi depositado.

"Ele não sabe de absolutamente nada, não sabe nem onde é o buraco, não tem envolvimento algum", afirmou o advogado, que lembrou que Evandro - que afirmou estar "preso em conjecturas" - tem parentes que moram nos entornos do Rio Mico e que sua presença na região seria algo natural. Ele também afirmou que Evandro, que chegou a ser ouvido pela polícia na condição de testemunha duas semanas antes de ser preso no último fim de semana, em nenhum momento esboçou qualquer tentativa de fuga. "Quando foi preso, estava, num sábado à tarde, em um posto", disse o advogado, se referindo ao fato de que seu cliente não estava se escondendo das autoridades."

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Parte da defesa de Evandro se baseia em uma carta que Edelvania escreveu da prisão ao tomar conhecimeno da prisão do irmão. Ela teria chorado e redigido a carta, com a própria mão, para pedir a libertação do irmão. A carta ainda não foi entregue à polícia. Além de Evandro, sua irmã, Edelvania Wirganovicz; a madrasta de Bernardo, Graciele Ugolini; e o pai do menino, Leandro Boldrini, estão presos temporariamente por suspeita de envolvimento no caso.

O inquérito policial será entregue nesta terça-feira em Três Passos, onde morava o menino e por cuja polícia o caso está sendo investigado. Ainda não se sabe se Evandro constará do inquérito ou se sua prisão temporária será mantida pelo prazo restante para então, eventualmente, ser incorporado ao processo. A partir da entrega do inquérito, o Ministério Público tem um prazo formal de cinco dias para oferecer denúncia à Justiça.

Evandro está preso temporariamente em Três Passos, de onde os outros três suspeitos foram transferidos no final do mês passado. Hoje, o advogado dos irmãos Wirganovicz afirmou que a transferência de Edelvania, Graciele e Leandro ocorreu depois que a inteligência da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) identificou o que seria a ordem de uma facção criminosa de executar o trio. O advogado não informou qual é a facção criminosa que teria ordenado os assassinatos.

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Fonte: Terra
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