O primo do goleiro Bruno Fernandes Jorge Rosa Sales disse em entrevista à Rádio Tupi, do Rio de Janeiro, veiculada nesta quinta-feira, que viu a ex-amante do atleta, Eliza Samudio, ser enterrada após ter sido morta pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. Jorge, que na época tinha 17 anos, afirmou que, inclusive, ajudou Bola e Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, a jogar terra por cima do cadáver, enterrado, segundo ele, em um sítio próximo ao aeroporto de Confins, na região metropolitana de Belo Horizonte.
É a primeira vez que um envolvido no caso revela o local onde o corpo de Eliza foi ocultado. Durante as fases de investigação policial e judicial, todos os suspeitos também negaram saber onde Bola havia escondido o corpo.
“Ela foi enterrada enrolada em um lençol e dentro de um saco. Depois foi jogada numa vala aberta com uma máquina (trator). Eu ajudei a jogar areia por cima,” afirmou Jorge. “O filho dela (Bruninho) estava no colo e ficava chorando, vendo o que estava acontecendo com a mãe. Quando acabou, a gente pegou a Ecosport (carro), que era da avó do Bruno, e voltou para o sítio, já que a gente iria viajar para o Rio de Janeiro”, disse.
O crime aconteceu em 10 de junho de 2010. Jorge Rosa Sales chegou a cumprir pena sócio-educativa por participação na trama, mas apesar de também ter revelado o assassinato há quatro anos, sempre negou ter ajudado a ocultar o cadáver: “Quero que a mãe dela enterre o corpo”, afirmou. Na época, Jorge contou ao tio, um motorista de ônibus, o que havia acontecido. O homem procurou também a Rádio Tupi e revelou como foi a morte de Eliza.
Jorge Rosa Sales disse ainda que Bruno não sabia que Eliza seria morta quando foi sequestrada no sítio do goleiro, em Esmeraldas (MG). E que, tanto as mortes dela quanto do outro primo dele, Sérgio Rosa Sales, assassinado segundo a polícia por envolvimento com a mulher de um traficante, teriam sido planejadas pelo ex-melhor amigo do atleta, Macarrão. O motivo, segundo Jorge, seria ciúmes de Bruno.
O delegado Wagner Pinto, chefe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), disse por meio da assessoria de imprensa da Polícia Civil que ainda não recebeu o material de forma oficial. A corporação vai solicitar à Rádio Tupi a gravação para analisar as declarações do primo de Bruno e, assim, verificar a possibilidade de realizar buscas no local citado pelo rapaz.