A defesa dos jovens acusados de matar o cinegrafista da Bandeirantes Santiago Andrade vai tentar trancar o processo criminal, em que eles estão sendo julgados por homicídio doloso (em que há intenção de matar), para que respondam por crime culposo, sem intenção. Caio Silva de Souza e Fábio Raposo Barbosa começaram a ser julgados nesta sexta-feira, quando aconteceu a primeira audiência de instrução e julgamento na 3ª Vara Criminal do Rio de Janeiro.
Se a Justiça entender que o crime é culposo e não doloso, o processo tem que recomeçar do zero, pois a vara em que está sendo julgado deixa de ser competente para analisá-lo. Segundo o advogado Wallace Martins, teria que ser feita uma nova denúncia e o caso seria redistribuído no Tribunal de Justiça para outra vara criminal.
Fábio e Caio são acusados de acender um rojão que atingiu Santiago na cabeça e provocando a sua morte, durante uma manifestação no centro do Rio em fevereiro.
“É culposo porque a intenção deles não era de matar, nem eventualmente. Os dois estavam a um metro do rojão. A vítima estava a mais de sete metros. Se houve dolo eventual seria de suicídio e não de homicídio. Era muito mais fácil que a conduta deles vitimasse a eles mesmos e não a outra pessoa. É imputação excessiva”, afirmou Martins.
Para Martins, o crime cometido por Caio e Fábio ou é de homicídio culposo ou de explosão, que tem pena de 3 a 6 anos. “Homicídio doloso qualificado é absurdo, é um furor punitivo”, afirmou o advogado. O pedido para trancar o processo será feito na próxima quarta-feira, à 8ª Câmara Criminal do Rio, informou Martins.
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Ao final da audiência desta sexta-feira, a defesa solicitou que os réus respondam ao processo em liberdade, alegando que eles não ameaçam a órdem pública. O Ministério Público foi contrário ao pedido, por acreditar que continuam presentes os requisitos legais que justificaram a prisão. O juiz da 3ª Vara Criminal, Murilo Kieling, negou a solicitação de soltura, por achar que não houve mudança nas condições dos réus. Os presentes no plenário, em seguida, vaiaram a decisão do juiz.
O advogado disse na última quinta-feira impetrou um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para tentar colocar Fábio e Caio em liberdade e derrubar a prisão preventiva. “Além de muito mal fundamentada, a prisão preventiva se baseia em decreto em que se aceitou acusação excessiva, com furor acusatório”, afirmou. Martins acredita que até terça-feira o STJ deve apreciar o pedido.
A defesa dos réus chamará para depoimento nove testemunhas, como amigos e familiares. O objetivo é tentar atestar o caráter dos jovens e provar que os dois são pessoas de bem. Amigos e parentes de Fábio deixaram a sala de audiência chorando.
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10 de fevereiro - Advogado diz ter informado a polícia sobre nome de suspeito pela morte de cinegrafista
Foto: Daniel Ramalho
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O jornalista Santiago Andrade, em fotografia de arquivo pessoal divulgada pela Rede Bandeirantes
Foto: Arquivo pessoal / Rede Bandeirantes
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8 de fevereiro - Delegado participou de uma entrevista coletiva na tarde deste sábado
Foto: Marcus Vinícius Pinto
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7 de fevereiro - Polícia mostra rojões similares ao que teria atingido o câmera
Foto: Fernando Frazão
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6 de fevereiro - Um cinegrafista da Band foi atingido por uma bomba que estourou ao lado dele. Ele foi encaminhado ao Hospital Souza Aguiar
Foto: Daniel Ramalho
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10 de fevereiro - O parlamentar, no entanto, negou que tenha qualquer ligação com o responsável pelo artefato e mesmo com a manifestante
Foto: Mauro Pimentel
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10 de fevereiro - O deputado estadual Marcelo Freixo (Psol-RJ) confirmou nesta segunda-feira que recebeu uma ligação da ativista Elisa Quadros, conhecida como Sininho, solicitando ajuda porque tinha medo de que o tatuador Fábio Raposo fosse torturado na prisão
Foto: Mauro Pimentel
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10 de fevereiro - Cinegrafistas e outros profissionais da imprensa do SBT, Record, Globo, Band, Rede TV, agências de notícias e veículos alternativas colocaram seus equipamentos no chão em protesto contra a violência sofrida pela imprensa e contra a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade no Rio de Janeiro
Foto: Reynaldo Vasconcelos
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10 de fevereiro - Cerca de 50 fotógrafos, jornalistas e cinegrafistas colocaram as câmeras no chão em frente à igreja da Candelária e fizeram um minuto de silêncio pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, da Band, que morreu após ser atingido por um rojão na cobertura de um protesto no Rio
Foto: Marcus Vinicíus Pinto
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10 de fevereiro - Cerca de 50 fotógrafos, jornalistas e cinegrafistas colocaram as câmeras no chão em frente à igreja da Candelária e fizeram um minuto de silêncio pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, da Band, que morreu após ser atingido por um rojão na cobertura de um protesto no Rio
Foto: Marcus Vinicíus Pinto
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10 de fevereiro - Cerca de 50 fotógrafos, jornalistas e cinegrafistas colocaram as câmeras no chão em frente à igreja da Candelária e fizeram um minuto de silêncio pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, da Band, que morreu após ser atingido por um rojão na cobertura de um protesto no Rio
Foto: Marcus Vinicíus Pinto
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10 de fevereiro - Segundo delegado, caso fique comprovado que suspeitos agiam em bando organizado, ambos podem ser acusados também por formação de quadrilha
Foto: Daniel Ramalho
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11 de fevereiro - O Disque-Denúncia lançou um cartaz com a foto do suspeito de jogar um rojão contra o cinegrafista da Band
Foto: Divulgação
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11 de fevereiro - Cerca de 60 repórteres fotográficos, cinematográficos e jornalistas paralisaram suas atividades e fizeram uma manifestação em memória ao repórter cinematográfico Santiago Andrade
Foto: Joyce Carvalho
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11 de fevereiro - Cerca de 60 repórteres fotográficos, cinematográficos e jornalistas paralisaram suas atividades e fizeram uma manifestação em memória ao repórter cinematográfico Santiago Andrade
Foto: Joyce Carvalho
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12 de fevereiro - Delegado Maurício Luciano (esq.) anunciou a prisão do suspeito na Bahia. Ele concedeu coletiva horas depois no Rio de Janeiro ao lado do chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso
Foto: Mauro Pimentel
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12 de fevereiro - Em entrevista coletiva no Rio de Janeiro, o delegado responsável pela investigação afirmou que Caio Silva de Souza é uma pessoa "tranquila" descrição corroborada por colegas de trabalho e vizinhos dele, que teriam ficado surpresos com a prisão
Foto: Mauro Pimentel
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12 de fevereiro - Chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Fernando Veloso, disse que a polícia chegou primeiro ao Caio, suspeito de disparar o rojão que matou o cinegrafista da Bandeirantes Santiago Andrade, graças ao advogado
Foto: Mauro Pimentel
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12 de fevereiro - Suspeito de ter lançado o rojão que matou cinegrafista da Band Santiago Andrade foi preso durante a madrugada na Bahia. Caio Silva de Souza foi apresentado pela polícia no Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel
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12 de fevereiro - Ele foi preso no município de Feira de Santana, na Bahia, acusado de ser a pessoa que acendeu o artefato explosivo que vitimou fatalmente o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade
Foto: Mauro Pimentel
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12 de fevereiro - Caio foi descrito como um jovem de família pobre, morador da Baixada Fluminense, e simpático com os vizinhos e colegas de trabalho, mas que se transformava ao chegar às manifestações
Foto: Mauro Pimentel
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12 de fevereiro - Repórteres fotográficos e cinematográficos de São Paulo também realizaram homenagem ao cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, morto durante um protesto no centro do Rio de Janeiro na última quinta-feira
Foto: Nico Nemer
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13 de fevereiro - O velório foi aberto à imprensa
Foto: Mauro Pimentel
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13 de fevereiro - Arlita Andrade, mulher do cinegrafista morto no protesto
Foto: Mauro Pimentel
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13 de fevereiro - Nas costas, uma frase: "poderia ter sido qualquer um de nós"
Foto: Mauro Pimentel
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13 de fevereiro - Cinegrafista Santiago Andrade é velado no Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel
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13 de fevereiro - Cinegrafistas da Band também usaram uma estampa na camiseta em homenagem ao amigo
Foto: Mauro Pimentel
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13 de fevereiro - Com uma camisa do Flamengo, a mulher de Santiago fez uma declaração de amor ao seu companheiro
Foto: Mauro Pimentel
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13 de fevereiro - O velório foi aberto ao público na manhã desta quinta
Foto: Mauro Pimentel
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13 de fevereiro - Diretor nacional de jornalismo da Band, Fernando Mitre, falou sobre a morte de seu colega de emissora