A carioca Miriam França, de 31 anos, que viajava com a italiana Gaia Molinari, encontrada assassinada em Jijoca de Jericoacoara (CE), foi presa temporariamente pela Polícia Civil nesta segunda-feira, quando se preparava para voltar para o Rio de Janeiro. De acordo com a polícia, ela entrou em contradição em dois depoimentos e é suspeita de participação no crime, juntamente com outra pessoa.
Miriam e Molinari se conheceram em uma pousada em Fortaleza, onde estavam hospedadas antes de viajar juntas para Jericoacoara. Após investigações, os policiais da Divisão de Homicídios descobriram que França havia mentido em seu primeiro depoimento. Ela prestou um novo, em que entrou em contradição. A carioca teve o mandado de prisão temporária de 30 dias expedido pela Justiça e deverá prestar um terceiro depoimento.
O corpo de Molinari foi encontrado em uma poça de sangue, provavelmente atingido por uma pedra, com uma fratura no crânio e, talvez, até mesmo no rosto e no peito. "Ela tinha hematomas nos pulsos, como se tivesse sido amarrada", disseram fontes do Consulado no Recife. A Polícia ainda avalia a hipótese do envolvimento de um cidadão estrangeiro na morte da jovem. Autópsia realizada na última sexta-feira (26), apontou como causa da morte asfixia por estrangulamento.
Família
A mãe de Molinari, Valentina Carraro, disse, em entrevista ao jornal italiano "Libertà", que quando o corpo da filha retornar a Piacenza, ela irá "fazer uma festa com todos seus amigos e tocar a música da banda Pink Floyd, que ela tanto gostava". "Queria que a sua morte fizesse sentido, gostaria de lhe dar um significado 'bom', cheio daquela "alma iluminada" que ela mostrava para todos ao seu redor", acrescentou.
"Gaia estava sempre viajando pelo mundo, primeiro para estudar e depois trabalhar e, finalmente, para ser voluntária, o que se tornou a razão de sua vida. Ela esteve no Brasil com um projeto internacional de ajuda e esteve em São Paulo para ensinar Inglês para as crianças das favelas antes de ir para Fortaleza".
Na véspera do Natal ela decidiu ir com França a Jerocoacoara. "Nós conversamos no dia antes de sua morte. Ela me disse que aquele lugar ele era maravilhoso, queria abrir uma pousada comigo e já imaginava trazer o avô, meu pai, para cozinhar, e seu irmão mais novo para fazer windsurf".
Redes Sociais
Amigos de Gaia criaram um álbum com suas melhores fotos no Facebook. "Nós queremos lembrar bem dela, estamos em contato com sua família e queremos saber quando seu corpo será trazido de volta para a Itália. Vai demorar bastante, imaginamos, mas quando voltar nós vamos estar lá", disse um amigo a rádio de Piacenza Radio Sound 95. "Ela queria fazer o bem para os outros e tinha decidido que as crianças desfavorecidas precisavam dela. Ela estava convencida de que o Brasil era apenas a primeira parte de uma longa jornada. Então, lentamente, viriam as outras. Não renunciaria essas viagens por nada no mundo. Era a sua primeira experiência como voluntária de uma ONG", acrescentou.
Entre uma viagem e outra, Gaia, que por algum tempo viveu e trabalhou em Paris, voltava à sua terra natal.
Com informações da ANSA