O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Luiz Mauricio Blazeck, afirmou na tarde desta quinta-feira que a chave encontrada por Sebastião de Oliveira Costa - tio da cabo da Polícia Militar Andreia Regina Bovo Pesseghini, 35 anos, morta na chacina junto de mais quatro familiares -, envolta em papel amassado e entregue à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) na segunda-feira, não abriu nenhuma das portas da casa onde ocorreu o crime.
Segundo Sebastião, a chave foi encontrada na casa por uma repórter da TV Record. A jornalista teria então entregue o objeto ao tio da PM.
Segundo Blazeck, até sexta-feira os resultados dos laudos da perícia do Instituto Médico Legal (IML) e do local do crime serão entregues à polícia.
De acordo com o delegado geral, os 29 depoimentos colhidos pelo DHPP ajudaram a polícia a avançar no esclarecimento das razões que teriam levado o filho do sargento das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) Luis Marcelo Pesseghini, 40 anos, e da cabo Andreia, Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos, a matar seus familiares.
"É um crime, e um crime tem evidências e provas. E é isso que estamos buscando, independente de ser um menino ou a idade que for", disse Blazeck.
O garoto é apontado como principal suspeito do crime. Esta semana, porém, a chefe do DHPP, delegada Elizabete Sato, afirmou que não estão descartadas outras hipóteses, como crime passional ou vingança.
Nesta quarta-feira, quatro pessoas depuseram à polícia, dois policiais da Rota e dois alunos da escola onde estudava Marcelo. Com os depoimentos de hoje, o número de pessoas ouvidas desde o início das investigações chegou a 29.
Delegado minimiza declarações de major da PM
Questionado sobre as afirmações do deputado estadual e major da Polícia Militar Olímpio Gomes (PDT), que disse hoje que Andreia havia sido convidada por colegas da corporação para participar de furtos a caixas eletrônicos, Blazeck afirmou que a apuração desse caso cabe à PM. “Se tiver alguma evidência, cabe a PM apurar a situação.”
"Eu recebi de policiais da própria zona norte que eu conheço que estavam indignados com os escrachos a que foram submetidos o coronel Dimas e disseram que a cabo Andreia foi convidada para participar por colegas de furtos em caixas eletrônicos", disse o deputado estadual.
Após receber as informações dos policiais, o major disse ter repassado o caso ao corregedor Rui Conegundes, da PM, que deve apurar as informações. A denúncia feita por Andreia aconteceu no início de 2012.
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6 de agosto - A escola onde o menino de 13 anos estudava ficou fechada nesta terça-feira, após o crime na Brasilândia
Foto: Fábio Santos
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5 de agosto - Havia grande movimentação de policiais, peritos e curiosos na casa onde ocorreu o crime
Foto: Edison Temoteo
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5 de agosto - O local do crime foi cercado por policiais da Rota e de outros batalhões
Foto: Edison Temoteo
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Casal de PMs, filho e mais duas pessoas foram encontrados mortos em casa
Foto: Reprodução
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Foto do sargento da Rota ao lado do filho, dentro do batalhão
Foto: Facebook
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A PM Andreia Regina Bovo Pesseghini posa para foto com o filho, Eduardo, 13 anos
Foto: Facebook
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Andreia e Luis Marcelo eram policiais militares - ele trabalhava na Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota)
Foto: Facebook
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A Polícia Civil investiga as circunstâncias do assassinato de cinco pessoas da mesma família na Brasilândia
Foto: Facebook
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Andreia publicava fotos da família no Facebook
Foto: Facebook
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O casal, o filho, a mãe e a tia de Andreia foram encontrados mortos na casa da família, em São Paulo
Foto: Facebook
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6 de agosto - A vizinha Rosimery Teixeira, 50 anos, disse que a família não tinha inimigos
Foto: Fábio Santos
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6 de agosto - Portão da casa onde a família morava no bairro Brasilândia, na capital paulista
Foto: Fábio Santos
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6 de agosto - Polícia aborda vizinhos e familiares para esclarecer chacina em São Paulo
Foto: Fábio Santos
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6 de agosto - Polícia fez segurança para preservar o local do crime na Brasilândia
Foto: Fábio Santos
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6 de agosto - Cachorro da família morta em chacina na capital paulista
Foto: Fábio Santos
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6 de agosto - Cortejo trazendo os corpos de Luis, Andreia, Marcelo, Benedita e Bernardete Oliveira da Silva para o velório chegou às 13h52 no cemitério Gethsêmani Anhanguera
Foto: Fernando Borges
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6 de agosto - Os cinco mortos na chacina em São Paulo foram velados no cemitério Gethsêmani Anhanguera, na vila Sulina, no noroeste da capital paulista.
Foto: Fernando Borges
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6 de agosto - Velório foi marcado pela comoção de familiares, amigos e colegas de trabalho dos policiais
Foto: Fernando Borges
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6 de agosto - Cortejo com corpos chegou escoltado por viaturas da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota)
Foto: Fernando Borges
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6 de agosto - Velório em conjunto das vítimas da chacina durante cerca de uma hora
Foto: Fernando Borges
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6 de agosto - Familiares e amigos demonstraram muita comoção durante o velório
Foto: Fernando Borges
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6 de agosto - Muitos policiais da Rota estiveram no velório
Foto: Fernando Borges
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6 de agosto - Polícia trabalha com a hipótese de que o filho do casal, Marcelo, possa ter assassinado os familiares e depois cometido suicídio
Foto: Fernando Borges
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6 de agosto - Carros funerários transportaram os corpos do Instituto Médico Legal até o cemitério na rodovia Anhanguera
Foto: Fernando Borges
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6 de agosto - Mortos na chacina receberam flores e homenagens durante a despedida
Foto: Fernando Borges
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6 de agosto - Muitos policiais da Rota compareceram à despedida do sargento Luis e seus familiares
Foto: Fernando Borges
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6 de agosto - Amigos e familiares durante velório da família encontrada morta na segunda-feira na Brasilândia, em São Paulo
Foto: Fernando Borges
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6 de agosto - Familiares e policiais militares velam os corpos das cinco pessoas mortas em uma casa na Brasilândia, em São Paulo. Os corpos de Luis Marcelo Pesseghini, 40 anos, Andreia Regina Bovo Pesseghini, 35 anos, Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos, Benedita Oliveira Bovo, 65 anos, e Bernardete Oliveira da Silva, 55 anos, serão sepultados no cemitério Gethsêmani Anhanguera, na vila Sulina, no noroeste da capital paulista
Foto: Fernando Borges
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6 de agosto - Familiares e policiais militares velam os corpos das cinco pessoas mortas em uma casa na Brasilândia, em São Paulo. Os corpos de Luis Marcelo Pesseghini, 40 anos, Andreia Regina Bovo Pesseghini, 35 anos, Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos, Benedita Oliveira Bovo, 65 anos, e Bernardete Oliveira da Silva, 55 anos, serão sepultados no cemitério Gethsêmani Anhanguera, na vila Sulina, no noroeste da capital paulista
Foto: Fernando Borges
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6 de agosto - Familiares e policiais militares velam os corpos das cinco pessoas mortas em uma casa na Brasilândia, em São Paulo. Os corpos de Luis Marcelo Pesseghini, 40 anos, Andreia Regina Bovo Pesseghini, 35 anos, Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos, Benedita Oliveira Bovo, 65 anos, e Bernardete Oliveira da Silva, 55 anos, serão sepultados no cemitério Gethsêmani Anhanguera, na vila Sulina, no noroeste da capital paulista
Foto: Fernando Borges
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6 de agosto - Familiares e policiais militares velam os corpos das cinco pessoas mortas em uma casa na Brasilândia, em São Paulo. Os corpos de Luis Marcelo Pesseghini, 40 anos, Andreia Regina Bovo Pesseghini, 35 anos, Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos, Benedita Oliveira Bovo, 65 anos, e Bernardete Oliveira da Silva, 55 anos, serão sepultados no cemitério Gethsêmani Anhanguera, na vila Sulina, no noroeste da capital paulista
Foto: Fernando Borges
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6 de agosto - Carro funerário seguiu para Rio Claro pela rodovia Anhanguera, escoltado por cerca de 10 viaturas da Rota
Foto: Bruno Santos
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6 de agosto - Bernardete Oliveira da Silva é enterrada em Rio Claro
Foto: Fernando Borges
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6 de agosto - Entre os mortos, estavam dois policiais militares - o sargento Luis Marcelo Pesseghini, 40 anos, e a mulher dele, a cabo de Andreia Regina Bovo Pesseghini, 35 anos
Foto: Fernando Borges
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6 de agosto - O adolescente teria matado a família entre a noite de domingo e as primeiras horas de segunda-feira
Foto: Fernando Borges
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6 de agosto - A investigação descartou que o crime tenha sido um ataque de criminosos aos dois PMs e passou a considerar a hipótese de uma tragédia familiar
Foto: Fernando Borges
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6 de agosto - Por volta das 15h, quatro corpos (dos pais, da avó e do menino) saíram, sob escolta de viaturas da Rota, em direção à cidade de Rio Claro
Foto: Fernando Borges
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6 de agosto - O cortejo dos corpos foi escoltado por duas viaturas da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota)
Foto: Fernando Borges
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6 de agosto - Os corpos dos cinco familiares foram velados sob clima de comoção nesta terça-feira na capela do cemitério Gethsêmani Anhanguera, na vila Sulina, no noroeste da capital paulista
Foto: Fernando Borges
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6 de agosto - Casal de PMs, filho e avó foram enterrados em Rio Claro, no interior de São Paulo
Foto: Bruno Santos
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6 de agosto - Casal de PMs, filho e avó foram enterrados em Rio Claro, no interior de São Paulo
Foto: Bruno Santos
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6 de agosto - Casal de PMs, filho e avó foram enterrados em Rio Claro, no interior de São Paulo
Foto: Bruno Santos
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6 de agosto - Casal de PMs, filho e avó foram enterrados em Rio Claro, no interior de São Paulo
Foto: Bruno Santos
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6 de agosto - Ao fim da cerimônia, vários colegas de profissão dos policiais deixaram o cemitério consternados, e familiares afirmavam não acreditar na versão da polícia de que o garoto teria disparado contra as quatro vítimas e se suicidado
Foto: Bruno Santos
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6 de agosto - O enterro dos quatro, no cemitério Parque das Palmeiras, em Rio Claro, foi reservado apenas aos familiares
Foto: Bruno Santos
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6 de agosto - Os policiais militares Luís Marcelo Pesseghini, 40 anos, Andréia Regina Bovo Pesseghini, 35 anos, o filho do casal, Marcelo Eduardo Pesseghini, 13 anos, e a mãe de Andréia, Benedita Oliveira Bovo, 65 anos, foram enterrados nesta terça-feira, em Rio Claro, no interior de São Paulo
Foto: Bruno Santos
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6 de agosto - O sargento Fábio Pesseguini, irmão de Luiz Marcelo, se emociona durante o enterro dos familiares
Foto: Bruno Santos
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Imagem de câmera de segurança mostra o menino Marcelo após ter estacionado o carro da mãe próximo à escola onde estudava
Foto: Reprodução
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8 de agosto - O delegado geral da Polícia Civil, Luiz Mauricio Blazeck, responsável pela investigação do caso, chega ao Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP)
Foto: Eduardo Ferreira
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9 de agosto - Casa onde ocorreu a chacina foi pichada por desconhecidos: "Que a verdade seja dita"
Foto: Renato Ribeiro Silva
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16 de agosto - Flores foram deixadas em frente à casa da família
Foto: Daniel Fernandes
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16 de agosto - Muros foram pichados alegando a inocência do adolescente
Foto: Daniel Fernandes
Chacina de família desafia polícia em São Paulo
Cinco pessoas da mesma família foram encontradas mortas na noite de segunda-feira, dia 5 de agosto, dentro da casa onde moravam, na Brasilândia, zona norte de São Paulo. Entre os mortos, estavam dois policiais militares - o sargento Luis Marcelo Pesseghini, 40 anos, e a mulher dele, a cabo de Andreia Regina Bovo Pesseghini, 35 anos. O filho do casal, Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos, também foi encontrado morto, assim como a mãe de Andreia, Benedita Oliveira Bovo, 65 anos, e a irmã de Benedita, Bernardete Oliveira da Silva, 55 anos.
A investigação descartou inicialmente que o crime tenha sido um ataque de criminosos aos dois PMs e passou a considerar a hipótese de uma tragédia familiar: o garoto teria atirado nos pais, na avó e na tia-avó e cometido suicídio.
A teoria foi reforçada pelas imagens das câmeras de segurança da escola onde Marcelo estudava: o adolescente teria matado a família entre a noite de domingo e as primeiras horas de segunda-feira, ido até a escola com o carro da mãe, passado a noite no veículo, assistido à aula na manhã de segunda e se matado ao retornar para casa.
Os vídeos gravados pelas câmeras mostraram o carro de Andreia sendo estacionado em frente ao colégio por volta da 1h15 da madrugada de segunda-feira. Porém, a pessoa que estava dentro do veículo só desembarcou às 6h30. O indivíduo usava uma mochila e tinha altura compatível à do menino: ele saiu do carro e caminhou em direção à escola.
Fonte: Terra