CNV pede que PF investigue morte de ex-agente da ditadura

25 abr 2014 - 16h29
(atualizado às 17h58)

O coordenador da Comissão Nacional da Verdade (CNV), Pedro Dallari, pediu ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para que a Polícia Federal acompanhe as investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro sobre o assassinato do coronel reformado do Exército Paulo Malhães. Ele ganhou notoriedade recentemente após admitir ter participado de sessões de tortura e sequestros de militantes da esquerda durante o regime militar.

Malhães foi encontrado morto dentro da sua residência, no bairro Ipiranga, em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, nesta sexta-feira. A Divisão de Homicídios da Baixada informou que a casa do coronel foi invadida na tarde da quinta-feira, de acordo com os relatos da mulher do militar, que também foi feita de refém pelos assassinos. 

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Na avaliação da Comissão Nacional da Verdade, o assassinato do ex-agente e uma “eventual relação com as revelações feitas por Malhães” às revelações recentes feitas tanto à CNV quanto à Comissão Estadual da Verdade do Rio e à imprensa “deve ser investigada com rigor”.

"Por se tratar de uma situação que envolve investigação conduzida pela CNV, que é órgão federal , pedi que a Polícia Federal fosse acionada para acompanhar as investigações conduzidas pela Polícia Civil do Rio", afirmou Dallari.

Em depoimento à Comissão Nacional da Verdade no dia 25 de março, Malhães falou sobre o desaparecimento dos restos mortais do deputado federal Rubens Paiva. Também informou que agentes do Centro de Informação do Exército (CIE) mutilavam corpos de vítimas da repressão na Casa da Morte (Petrópolis) arrancando arcadas dentárias e pontas dos dedos para impedir sua identificação.

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A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal solicitou reunião com o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para pedir urgência e máximo rigor na apuração da morte do coronel. A presidente da Comissão, senadora Ana Rita (PT-ES), afirmou ser urgente e rigorosa a investigação. "Não podem prevalecer dúvidas quanto a real autoria e circunstâncias que cercam o crime”, disse. 

Fonte: Terra
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