A Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense tomou depoimento de Cristina Batista Malhães, viúva do coronel reformado do Exército Paulo Malhães, assassinado nesta quinta-feira em seu sítio em Cabuçu, no município de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. De acordo com o delegado Fabio Salvadoretti, os três homens esperaram o casal chegar em casa para apenas depois invadir o local. O caseiro não percebeu a chegada dos bandidos.
O delegado disse que foram levados celulares, dois computadores, impressoras, joias e pelo menos quatro armas da coleção do coronel, além de R$ 700. Fábio Salvadoretti suspeita que Malhães tenha sido assassinado por asfixia cerca de três horas depois do início da ação criminosa. Segundo ele, não há indícios de que o coronel tenha sido torturado.
Os criminosos permaneceram aproximadamente na casa das 14h às 22h da quinta-feira. A viúva contou que apenas um dos três homens estava encapuzado. Antes de irem embora, eles soltaram a mulher do coronel e o caseiro, que tinham sido amarrados e colocados cada um em um cômodo da casa.
O delegado Salvadoretti disse que estuda três linhas de investigação para o crime. "A esposa ouviu os bandidos fazendo ameaças, tipo 'onde estão as armas e as joias'", contou. "A investigação está muito preliminar ainda. Nada está sendo descartado. Pode ter sido um latrocínio, uma vingança ou um crime relacionado com o depoimento prestado por ele à Comissão Nacional da Verdade", disse. Há exatamente um mês, em depoimento na comissão, o coronel reformado Paulo Malhães foi o primeiro militar a admitir a prática de tortura, assassinatos e ocultação de cadáveres de presos políticos durante a ditadura militar.