Dançarino fez personagem que foi morto pela polícia em filme

23 abr 2014 - 12h28
(atualizado às 18h00)
O personagem feito pelo dançarino no filme foi assassinado por policiais
O personagem feito pelo dançarino no filme foi assassinado por policiais
Foto: Reprodução

O dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira gravou um curta-metragem em que interpreta um personagem que é morto por policiais militares na entrada da favela Pavão-Pavãozinho. No filme, chamado “Made in Brasil” e gravado em 2012, ele interpreta um jogador de futebol que acabou de voltar de um treino e é morto justamente nas proximidades do local em que Douglas morreu.

"Não quis nem ver o filme na época. A ficção virou realidade", disse a mãe de Douglas, Maria de Fátima Silva.

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Morte e protestos

Moradores da favela do Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, no Rio de Janeiro, protestam na noite desta terça-feira contra a morte do dançarino do programa Esquenta Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG. Alguns manifestantes atearam fogo em objetos, fazendo barricadas em alguns pontos das vias. A estação do metrô na rua Sá Ferreira, nas proximidades da favela, foi fechada.

O corpo de Douglas, 25 anos, foi encontrado dentro de uma escola municipal, na favela, por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). A  assessoria de imprensa do Comando de Polícia Pacificadora informou que a polícia foi chamada por moradores para retirar um corpo encontrado dentro da escola, que não tinha sinais de bala.

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Segundo a ONG Justiça Global e a Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência, com base em denúncia de moradores, a morte do rapaz foi consequência de espancamento, por policiais da UPP.

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) aponta que o jovem morreu por causa de uma "hemorragia interna decorrente de laceração pulmonar decorrente de ferimento transfixante do tórax. Ação pérfuro-contundente". Laudo preliminar feito pela Polícia Civil aponta a existência de escoriações compatíveis com as provocadas por queda, segundo a assessoria da corporação.

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De acordo com a Civil, a 13ª Delegacia de Polícia (Ipanema) disse que as circunstâncias da morte de DG estão sendo investigadas. Os policiais civis vão ouvir o depoimento de testemunhas e moradores. 

Segundo o Comando das UPPS, a Unidade de Polícia Pacificadora do morro Pavão-Pavãozinho em Copacabana foi atingida por pedras e garrafas e teve a vidraça e um toldo quebrados. Policiais que estavam na base no momento não se feriram. Peritos da Polícia Civil teriam ido ao local na manhã desta quarta-feira.

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Fonte: Terra
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