A Justiça determinou a prisão preventiva de cinco suspeitos de envolvimento no linchamento que provocou a morte da dona de casa Fabiane Maria de Jesus, 33 anos, em Guarujá, no litoral de São Paulo. Eles já estavam presos, mas de maneira temporária, que tem prazo de 30 dias podendo ser prorrogado por mais 30. A partir de agora, a prisão é por tempo indeterminado.
A partir da aceitação da Justiça do pedido feito pelo Ministério Público, a investigação ingressa em uma fase mais "minuciosa", explicou o advogado da família de Fabiane, Airton Sinto. Ele explicou ainda que atuará, ao lado do viúvo Jailson Alves das Neves, como assistentes de acusação. "É nossa obrigação fazer com que ninguém fique impune desse crime", afirmou ele.
Boatos e morte
Fabiane foi espancada por moradores do Guarujá, na Baixada Santista, depois de confundida com suspeita de ter sequestrado uma criança no bairro de Morrinhos para praticar rituais de magia negra. O caso foi registrado na noite do dia 3 de maio e teria sido motivado por uma publicação no Facebook da página Guarujá Alerta. Na mensagem postada na rede social, uma página mostrava a foto de uma mulher parecida com a que foi agredida.
Os moradores reconheceram uma vizinha como a mulher da foto. Fabiane foi amarrada, arrastada e espancada por um grupo de pessoas após a divulgação da imagem, segundo a Polícia Civil.
A vítima foi enterrada na manhã do dia 5 de maio, sob protestos de familiares. Ela deixa duas filhas de 13 anos e 1 ano de idade. O responsável pela página Guarujá Alerta, que teria divulgado o retrato falado da sequestradora de crianças, foi chamado pela polícia para prestar esclarecimento. Ele depôs por duas horas e meia, cedeu para a polícia a senha da página que administra, e disse que não incitou o linchamento.