Elize Matsunaga, 35 anos, está sendo julgada há cinco dias, em São Paulo, pela morte do ex-marido, o empresário Marcos Matsunaga. O crime aconteceu em maio de 2012. A vítima levou um tiro no crânio e posteriormente foi esquartejada. O corpo foi seccionado em seis partes e encontrado em etapas, após ser abandonado em vários pontos de Caucaia do Alto, na Grande São Paulo.
A ex-mulher do empresário foi presa duas semanas depois do crime, após confessar ser a autora do homicídio. De acordo com a versão apresentada, ela atuou sozinha. Acertou um tiro na cabeça de Marcos, esquartejou o corpo e por fim transportou as partes do cadáver em três malas. Depois disso, abandonou as frações em pontos diferentes e retornou para o apartamento da família. À época, o casal tinha uma filha de 1 ano.
Pelo código penal brasileiro, a pena dela pode chegar a 30 anos de prisão. Se o crime for caracterizado como homicídio simples, pode variar de seis a 20 anos. A aplicação se dará caso o júri constate que foi um homicídio simples, como quer a defesa. Já a acusação incluiu três qualificadoras na denúncia: diz que ela agiu por motivo torpe (moralmente desprezível), meio cruel e recursos que dificultaram a defesa da vítima. Caso sejam aceitas, a pena pode ser a máxima.
O trabalho das duas partes agora é convencer as quatro mulheres e os três homens que fazem parte do corpo de jurados.
Para a promotoria, as três qualificadoras estão presentes. De acordo com a acusação, a morte foi provocada por vingança e por interesse na herança de Marcos, que era um dos herdeiros da empresa alimentícia Yoki. A vingança seria pelo fato da descoberta de que Marcos estava saindo com uma outra mulher, o que foi comprovado a Elize por um detetive contratado por ela.
Para a defesa, o casal passava por um período de discussões constantes e era comum que Marcos a humilhasse verbalmente. Elize afirmou que pouco antes do disparo levou um tapa na cara do marido, durante uma discussão.
Defesa e acusação também divergem na causa determinante para a morte. Enquanto a acusação garante que a vítima foi degolada enquanto Marcos ainda estava vivo, ou seja, respirando e com batimentos cardíacos, a defesa diz que o esquartejamento se deu horas após a morte.
Para a acusação, a morte se deu sem que a vítima pudesse se defender porque Elize o aguardava, com a arma pronta para o disparo, próxima à porta de entrada do apartamento. Segundo essa versão, ela esperava Marcos voltar, depois de ter descido até a portaria do prédio para buscar uma pizza.
Já a defesa afirma que o tiro se deu depois de uma discussão enquanto os dois jantavam. No meio dessa discussão ela teria se levantado, pegado a arma e atirado depois que a vítima avançou contra ela. Presa desde junho de 2012, Elize já cumpriu quatro anos e meio de prisão.