Deputado federal investigado tinha cartão com 2ª dose da vacina aplicada antes da 1ª

A PF chama de "erro crasso" a data de aplicação da 2ª dose (15/02/2021) do imunizante da fabricante Janssen ser anterior à data inserida no documento como sendo da aplicação da 1ª dose (13/07/2021)

20 mar 2024 - 08h21
(atualizado às 14h30)

O deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) tinha um cartão físico de vacinação contra a Covid-19 com registro da segunda dose da vacina aplicada antes da primeira, além de dados incompatíveis entre os registros físicos e os feitos no sistema do Ministério da Saúde.

Foto do cartão de vacinação do deputado Gutemberg Reis (MDB
Foto do cartão de vacinação do deputado Gutemberg Reis (MDB
Foto: RJ), apreendido pela PF - Reprodução / Perfil Brasil

A Polícia Federal (PF) indiciou o deputado por inserção de dados falsos em sistema de informações públicas e associação criminosa. O parlamentar disse que não irá se manifestar até que sua defesa tenha acesso integral aos autos do processo.

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As informações constam de relatório final do inquérito que investiga Além de Gutemberg, foram indiciados o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid e outras 14 pessoas.

PF revela cartão de vacinação com dados errados

A PF identificou o cartão com dados errados em conversas entre Cláudia Helena Acosta, servidora da prefeitura de Duque de Caxias, e Célia Serrano, então funcionária da Secretaria Municipal de Saúde e eventualmente secretária. Ambas também foram indiciadas pela PF.

Nas mensagens de 18 de novembro de 2022, Serrano envia a Cláudia Helena uma foto do cartão físico de vacinação de Gutemberg com o que a PF chama de um "erro crasso". Os investigadores relatam que:

  • "A data de aplicação da 2ª dose (15/02/2021) da vacina da fabricante Janssen é anterior à data inserida no documento como sendo de aplicação da 1ª dose (13/07/2021) da mesma fabricante";
  • "é possível observar o registro do que seria uma terceira dose da fabricante Pfizer anotada fora do local adequado, de forma amadora."

Os investigadores registraram que o cartão físico com os dados errados foi apreendido durante operação da PF na residência do deputado. Segundo o relatório, "o cartão é exatamente o mesmo que foi encaminhado no dia 18/11/2022 por Celia Serrano a Cláudia Helena para inserção dos dados falsos".

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