Dupla acusada de lançar rojão em protesto tem mais um advogado

19 fev 2014 - 14h10
(atualizado às 14h12)

A dupla acusada de acender o rojão que matou o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade, Fábio Raposo e Caio de Souza, tem mais um advogado de defesa. Wallace Martins assumiu a defesa dos dois acusados ao lado do advogado Jonas Tadeu Nunes. Martins disse que tem uma amiga em comum com Jonas Tadeu, que o convidou para participar do caso.

"Há uma injustiça muito grande contra eles, a acusação está muito alta, muito severa", afirmou o advogado, que a exemplo do colega Jonas Tadeu, não receberá honorários pela defesa da dupla.

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O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou à Justiça os dois jovens pelos crimes de explosão e homicídio doloso triplamente qualificado, praticado por motivo torpe, com impossibilidade de defesa da vítima e com emprego de explosivo. Além da denúncia, a promotoria requereu à Justiça, também, a prisão preventiva de ambos.

Martins afirmou ainda que as defesas dos dois acusados podem ser separadas caso haja divergência entre os seus depoimentos. "Mas por enquanto isso não ocorre. Eles estão em uníssono, falando a mesma coisa."

Caso seja devretada a prisão preventiva dos dois, o advogado afirmou que a defesa entrará com um pedidos de habeas corpus.

Atingido em protesto, cinegrafista tem morte cerebral

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O cinegrafista Santiago Andrade foi atingido na cabeça por um rojão durante a cobertura de um protesto contra o aumento das passagens de ônibus no Centro do Rio de Janeiro, no dia 6 de fevereiro. Além dele, outras seis pessoas ficaram feridas na mesma manifestação.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, o cinegrafista chegou em coma ao hospital municipal Souza Aguiar. Ele sofreu afundamento do crânio, perdeu parte da orelha esquerda e passou por cirurgia no setor de neurologia. A morte encefálica foi informada pela secretaria no início da tarde de 10 de fevereiro, após ser diagnosticada pela equipe de neurocirurgia do hospital onde ele estava internado no Centro de Terapia Intensiva.

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Para delegado que investiga morte de cinegrafista, houve intenção de matar

O tatuador Fábio Raposo confessou à polícia ter participado da explosão do rojão que atingiu Santiago. Ele foi preso na manhã de domingo em cumprimento a um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça. O delegado Maurício Luciano, titular da 17ª Delegacia de Polícia (São Cristóvão) e responsável pelas investigações, disse que Fábio já foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado e crime de explosão e que a pena pode chegar a 35 anos de reclusão.

Raposo ajudou a polícia a reconhecer um segundo responsável pelo disparo do artefato que causou a morte do cinegrafista. O tatuador, preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio de Janeiro, afirmou, de acordo com o relato do delegado, que “eles se encontravam em manifestações" e que "esse rapaz tem perfil violento”.

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'Profissional de imprensa vai à guerra todo dia no Rio', diz jornalista

A Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou, na manhã do dia 11, uma foto do suspeito de ter acendido o rojão que atingiu Santiago Andrade. Caio Silva de Souza, 23 anos, tem duas passagens pela polícia e era considerado foragido desde que foi expedido um mandado de prisão temporária em seu nome. Fábio Raposo, que passou o rojão, reconheceu o autor do disparo a partir da imagem levada pelo delegado.

Procurado por homicídio doloso qualificado – quando há intenção de matar – por uso de artefato explosivo e pelo crime de explosão, o suspeito foi preso na madrugada de 12 de fevereiro em uma pousada na cidade de Feira de Santana, na Bahia. De acordo com o advogado Jonas Tadeu Nunes, que também defende Fábio Raposo, Caio Silva de Souza seguia em direção ao Ceará, para a casa de um avô, mas foi convencido a se entregar. Ele não reagiu ao ser preso.

Fonte: Terra
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