Antônio Vinicius Lopez Gritzbach, assassinado com 10 tiros no Aeroporto Internacional de São Paulo em Guarulhos na sexta-feira, 8, trazia na bagagem joias avaliadas em R$ 1 milhão. O delator da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) foi executado à luz do dia, quando retornava de uma viagem para Maceió com a namorada.
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De acordo com a Polícia Civil, as joias tinham certificação de joalherias de luxo, como Bulgari, Cartier e Vivara. Agentes investigam se os objetos têm relação com o assassinato do empresário, segundo o Fantástico, da TV Globo.
O boletim de ocorrência mostrou que a bagagem de Gritzbach tinha ao menos 38 itens de alto valor. Entre eles, estão: 11 anéis prateados com pedras rosadas e esverdeadas, em formas de coração e pingo; 6 pulseiras esverdeadas e douradas; 2 colares prateados em forma de pingo e com pingentes; 9 pares de brincos com pedras verdes, azuis e prateadas.
Imagens cedidas à TV Globo mostram que o empresário afirmou em depoimento ao Ministério Público de São Paulo que policiais estavam envolvidos em esquemas de lavagem de dinheiro do PCC. Ele chegou a pedir reforço por segurança, mas, de acordo com um promotor, queria que fosse do "jeito dele".
Ele havia firmado um acordo de colaboração premiada em março com o Ministério Público de São Paulo, mas optou por não aderir ao programa de proteção a testemunhas, para que não precisasse mudar o seu estilo de vida.
"O Ministério Público ofereceu a todo momento a inserção do Vinicius no programa de proteção de réu colaborador. Ele, na presença de seus advogados, se negou a ingressar nesse programa. Embora soubesse que corria risco, dizia que podia custear a própria segurança", disse o promotor de Justiça do MP de São Paulo, Lincoln Gakiya.
Ao Fantástico, a defesa de Gritzbach confirmou que essa foi uma decisão pessoal de seu cliente. "Ele precisa romper todos os laços com a sua vida, inclusive com o envolvimento com o crime. Ele deixa sua moradia, seu trabalho, os laços familiares e vai para o programa, mas ele se recusou a ir para esse programa”, explicou o Gakiya, integrante do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco).
Morte em aeroporto
Gritzbach foi atingido por 10 tiros na saída do Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos. Quatro policiais militares, que atuavam como seus seguranças de maneira informal, iriam buscá-lo no local, mas não chegaram a tempo por um suposto problema no carro.
Outras três pessoas ficaram feridas durante o atentado contra o empresário. O motorista de aplicativo Celso Araújo, que foi atingido por um tiro de fuzil nas costas, não resistiu e faleceu no sábado, 9, após ficar internado por um dia na UTI do Hospital Geral de Guarulhos.
Ivelson Salotto, advogado e amigo de Gritzbach, contou que ele era "brilhante" e "extremamente competente". "Brilhante jovem empresário e extremamente competente. Ele não se envolveu com o crime, o crime veio e envolveu ele", declarou.