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Agências bancárias depredadas, ônibus incendiado, vidros quebrados, prédios pichados, lojas vandalizadas. O cenário nas ruas do Rio de Janeiro por onde passou a manifestação que acabou em violência na noite de segunda-feira era de destruição. Vândalos mascarados e vestidos de preto transformaram a manifestação, inicialmente pacífica, em um violento confronto com a polícia. O protesto de milhares em apoio em apoio à greve dos professores desandou para o conflito após a intervenção de grupos Black Blocs
Foto: Alessandro Buzas
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Confronto entre manifestantes e policiais resultou em destruição durante protesto em apoio aos professores municipais e estaduais na cidade do Rio de Janeiro
Foto: Alessandro Buzas
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Dezenas de mascarados atiraram coquetéis molotov, promoveram pichações e depredação no centro do Rio de Janeiro
Foto: Alessandro Buzas
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Agências bancárias foram destruídas no Rio de Janeiro. Vidros foram quebrados e caixas eletrônicos, depredados
Foto: Renato S. Cerqueira
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Bancos, lojas e bancas de jornal também foram destruídos. Ônibus e caixa eletrônicos foram incendiados. Houve fogueiras, ataque com pedras e explosivos no Rio
Foto: Alessandro Buzas
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Houve pichações com temática anarquista e críticas ao prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, além de rejeição à realização da Copa do Mundo no Brasil
Foto: Alessandro Buzas
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Paredes foram pichadas com críticas à administração municipal e estadual
Foto: José Carlos Pereira de Carvalho
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Usuários de bancos foram surpreendidos por agências depredadas
Foto: José Carlos Pereira de Carvalho
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A manhã desta terça-feira foi de faxina para os funcionários de bancos e lojas alvos de vandalismo
Foto: José Carlos Pereira de Carvalho
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Vidraças foram quebradas no centro da cidade durante protesto
Foto: José Carlos Pereira de Carvalho
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Manifestantes picharam as paredes da Câmara de Vereadores do Rio
Foto: André Naddeo
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O prédio da Câmara do Rio foi um dos mais danificados pela ação de grupo de manifestantes
Foto: André Naddeo
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Uma manifestação em apoio aos professores em greve das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro - e contra a truculência da polícia - acabou em quebra-quebra no centro da cidade nesta segunda-feira. Milhares de pessoas se reuniram em frente à Câmara Municipal durante o protesto que era pacífico. Contudo, uma minoria de manifestantes entrou em confronto com a polícia
Foto: Mauro Pimentel
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Um carro da Polícia Militar foi depredado pelos manifestantes em São Paulo, capital que também registra protestos a favor dos professores
Foto: Ricardo Matsukawa
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Uma manifestação em apoio aos professores em greve das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro - e contra a truculência da polícia - acabou em quebra-quebra no centro da cidade nesta segunda-feira. Milhares de pessoas se reuniram em frente à Câmara Municipal durante o protesto que era pacífico. Contudo, uma minoria de manifestantes entrou em confronto com a polícia
Foto: Mauro Pimentel
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Uma manifestação em apoio aos professores em greve das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro - e contra a truculência da polícia - acabou em quebra-quebra no centro da cidade nesta segunda-feira. Milhares de pessoas se reuniram em frente à Câmara Municipal durante o protesto que era pacífico. Contudo, uma minoria de manifestantes entrou em confronto com a polícia
Foto: Mauro Pimentel
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Uma manifestação em apoio aos professores em greve das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro - e contra a truculência da polícia - acabou em quebra-quebra no centro da cidade nesta segunda-feira. Milhares de pessoas se reuniram em frente à Câmara Municipal durante o protesto que era pacífico. Contudo, uma minoria de manifestantes entrou em confronto com a polícia
Foto: Mauro Pimentel
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Uma manifestação em apoio aos professores em greve das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro - e contra a truculência da polícia - acabou em quebra-quebra no centro da cidade nesta segunda-feira. Milhares de pessoas se reuniram em frente à Câmara Municipal durante o protesto que era pacífico. Contudo, uma minoria de manifestantes entrou em confronto com a polícia
Foto: Mauro Pimentel
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Uma manifestação em apoio aos professores em greve das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro - e contra a truculência da polícia - acabou em quebra-quebra no centro da cidade nesta segunda-feira. Milhares de pessoas se reuniram em frente à Câmara Municipal durante o protesto que era pacífico. Contudo, uma minoria de manifestantes entrou em confronto com a polícia
Foto: Mauro Pimentel
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Uma manifestação em apoio aos professores em greve das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro - e contra a truculência da polícia - acabou em quebra-quebra no centro da cidade nesta segunda-feira. Milhares de pessoas se reuniram em frente à Câmara Municipal durante o protesto que era pacífico. Contudo, uma minoria de manifestantes entrou em confronto com a polícia
Foto: Mauro Pimentel
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Uma manifestação em apoio aos professores em greve das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro - e contra a truculência da polícia - acabou em quebra-quebra no centro da cidade nesta segunda-feira. Milhares de pessoas se reuniram em frente à Câmara Municipal durante o protesto que era pacífico. Contudo, uma minoria de manifestantes entrou em confronto com a polícia
Foto: Mauro Pimentel
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Uma manifestação em apoio aos professores em greve das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro - e contra a truculência da polícia - acabou em quebra-quebra no centro da cidade nesta segunda-feira. Milhares de pessoas se reuniram em frente à Câmara Municipal durante o protesto que era pacífico. Contudo, uma minoria de manifestantes entrou em confronto com a polícia
Foto: Mauro Pimentel
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Uma manifestação em apoio aos professores em greve das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro - e contra a truculência da polícia - acabou em quebra-quebra no centro da cidade nesta segunda-feira. Milhares de pessoas se reuniram em frente à Câmara Municipal durante o protesto que era pacífico. Contudo, uma minoria de manifestantes entrou em confronto com a polícia
Foto: Mauro Pimentel
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Uma manifestação em apoio aos professores em greve das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro - e contra a truculência da polícia - acabou em quebra-quebra no centro da cidade nesta segunda-feira. Milhares de pessoas se reuniram em frente à Câmara Municipal durante o protesto que era pacífico. Contudo, uma minoria de manifestantes entrou em confronto com a polícia
Foto: Mauro Pimentel
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Uma manifestação em apoio aos professores em greve das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro - e contra a truculência da polícia - acabou em quebra-quebra no centro da cidade nesta segunda-feira. Milhares de pessoas se reuniram em frente à Câmara Municipal durante o protesto que era pacífico. Contudo, uma minoria de manifestantes entrou em confronto com a polícia
Foto: Mauro Pimentel
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Uma manifestação em apoio aos professores em greve das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro - e contra a truculência da polícia - acabou em quebra-quebra no centro da cidade nesta segunda-feira. Milhares de pessoas se reuniram em frente à Câmara Municipal durante o protesto que era pacífico. Contudo, uma minoria de manifestantes entrou em confronto com a polícia
Foto: Mauro Pimentel
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Uma manifestação em apoio aos professores em greve das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro - e contra a truculência da polícia - acabou em quebra-quebra no centro da cidade nesta segunda-feira. Milhares de pessoas se reuniram em frente à Câmara Municipal durante o protesto que era pacífico. Contudo, uma minoria de manifestantes entrou em confronto com a polícia
Foto: Mauro Pimentel
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Uma manifestação em apoio aos professores em greve das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro - e contra a truculência da polícia - acabou em quebra-quebra no centro da cidade nesta segunda-feira. Milhares de pessoas se reuniram em frente à Câmara Municipal durante o protesto que era pacífico. Contudo, uma minoria de manifestantes entrou em confronto com a polícia
Foto: Mauro Pimentel
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Uma manifestação em apoio aos professores em greve das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro - e contra a truculência da polícia - acabou em quebra-quebra no centro da cidade nesta segunda-feira. Milhares de pessoas se reuniram em frente à Câmara Municipal durante o protesto que era pacífico. Contudo, uma minoria de manifestantes entrou em confronto com a polícia
Foto: Mauro Pimentel
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Uma manifestação em apoio aos professores em greve das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro - e contra a truculência da polícia - acabou em quebra-quebra no centro da cidade nesta segunda-feira. Milhares de pessoas se reuniram em frente à Câmara Municipal durante o protesto que era pacífico. Contudo, uma minoria de manifestantes entrou em confronto com a polícia
Foto: Mauro Pimentel
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Uma manifestação em apoio aos professores em greve das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro - e contra a truculência da polícia - acabou em quebra-quebra no centro da cidade nesta segunda-feira. Milhares de pessoas se reuniram em frente à Câmara Municipal durante o protesto que era pacífico. Contudo, uma minoria de manifestantes entrou em confronto com a polícia
Foto: Mauro Pimentel
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Uma manifestação em apoio aos professores em greve das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro - e contra a truculência da polícia - acabou em quebra-quebra no centro da cidade nesta segunda-feira. Milhares de pessoas se reuniram em frente à Câmara Municipal durante o protesto que era pacífico. Contudo, uma minoria de manifestantes entrou em confronto com a polícia
Foto: Mauro Pimentel
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Uma manifestação em apoio aos professores em greve das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro - e contra a truculência da polícia - acabou em quebra-quebra no centro da cidade nesta segunda-feira. Milhares de pessoas se reuniram em frente à Câmara Municipal durante o protesto que era pacífico. Contudo, uma minoria de manifestantes entrou em confronto com a polícia
Foto: Mauro Pimentel
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Uma manifestação em apoio aos professores em greve das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro - e contra a truculência da polícia - acabou em quebra-quebra no centro da cidade nesta segunda-feira. Milhares de pessoas se reuniram em frente à Câmara Municipal durante o protesto que era pacífico. Contudo, uma minoria de manifestantes entrou em confronto com a polícia
Foto: Mauro Pimentel
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As máquinas de sorvete de um estabelecimento comercial também foram alvo dos vândalos em SP
Foto: Ricardo Matsukawa
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PMs tentam conter grupo que depredava prédios públicos e que colocou fogo em ônibus no centro do Rio
Foto: Mauro Pimentel
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Bombeiros apagam chamas no ônibus incendiado por manifestantes mascarados
Foto: Mauro Pimentel
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O coletivo foi incendiado na região central do Rio
Foto: André Naddeo
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Fotógrafo registra o momento em que manifestantes acendem coquetel molotov durante protesto no Rio
Foto: AFP
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Manifestantes picham a Câmara Municipal do Rio de Janeiro durante protesto em apoio a professores
Foto: André Naddeo
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Havia muito barulhod e bombas de efeito moral no entorno da Cinelândia
Foto: AFP
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Jovem carrega cartaz que representa uma crítica a atuação da Polícia Militar do Rio, responsável por repreender com violência as manifestações dos professores
Foto: Reuters
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Mascarados, integrantes dos Black Blocs acompanhavam a manifestação na capital carioca
Foto: AFP
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Grupo concentrado junto à Câmara de Vereadores do Rio queimava objetos. Segundo relatos, mascarados também davam pontapés em umas das portas da Casa Legislativa
Foto: AFP
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Além dos prédios públicos, um ônibus também foi queimado pelos manifestantes no Rio
Foto: AFP
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Com a ação dos Black Blocs, demais manifestantes acabaram se dispersando
Foto: AFP
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Grupo colocou fogo em lixo e montou barricada na avenida Paulista, em São Paulo, para impedir avanço das tropas policiais
Foto: Daniel Fernandes
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O acesso lateral da Câmara de Vereadores foi ocupado por jovens que tapavam o rosto
Foto: Reuters
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Uma 'tropa de professores' tomou conta das ruas próximas à Candelária para defender os educadores em greve e criticar a atuação da Polícia Militar
Foto: Mauro Pimentel
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Grupos mascarados lançavam bombas em direção ao Palácio Tiradentes, sede da Câmara do Rio, no centro do Rio
Foto: AFP
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Imagem mostra a multidão de manifestantes no entorno do Theatro Municipal do Rio
Foto: AFP
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Os manifestantes dizem que a PM agiu com violência para reprimir os protestos da última semana no Rio, quando foi aprovado novo plano de carreira do magistério
Foto: Mauro Pimentel
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Alguns manifestantes foram para a rua usando máscaras
Foto: Mauro Pimentel
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Jovem colou adesivo na boca para representar a censura a educadores. Professores da rede estadual e municipal estão em greve há cerca de dois meses
Foto: Mauro Pimentel
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Líderes do movimento usavam um caminhão de som para discursar
Foto: Mauro Pimentel
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Conhecido nos protestos de julho, o 'Batman' também acompanhava a marcha
Foto: Mauro Pimentel
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A marcha, que seguia pacífica, também reuniu crianças
Foto: Mauro Pimentel
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A religiosidade também marcava o protesto no Rio
Foto: Mauro Pimentel
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O ato no Rio pretendia reunir 1 milhão de pessoas, mas a participação era pequena
Foto: Mauro Pimentel
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Na capital paulista, um ato também acontecia em apoio aos professores do Rio e para pedir mudanças na gestão da Universidade de São Paulo (USP)
Foto: Daniel Fernandes
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Manifestantes se concentravam no entorno do Theatro Municipal de São Paulo durante o protesto
Foto: Ricardo Matsukawa
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Os gastos com as obras da Copa do Mundo de 2014 são lembrados pelos manifestantes
Foto: Ricardo Matsukawa
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As máscaras também aparecem no protesto em São Paulo a favor da educação
Foto: Ricardo Matsukawa
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Em São Paulo, o ato cobra também mais democracia na escolha do reitor da USP
Foto: Ricardo Matsukawa
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A polícia acompanhava a marcha dos manifestantes em São Paulo
Foto: Ricardo Matsukawa
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Os manifestantes fecharam a avenida Paulista
Foto: Ricardo Matsukawa
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Policial lança bomba de gás contra manifestantes no Rio
Foto: Mauro Pimentel
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Em São Paulo também houve quebra-quebra. Agencias bancárias foram invadidas no entorno da avenida Paulista
Foto: Ricardo Matsukawa
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A PM montou uma barreira para impedir avanço dos manifestantes na capital paulista
Foto: Ricardo Matsukawa
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Jovem mascarado colocou fogo durante protesto em SP
Foto: Ricardo Matsukawa
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Jovens viraram o veículo da PM paulista, destruindo vidros e lataria
Foto: Ricardo Matsukawa
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A manifestação tornou-se violenta no final da noite em São Paulo
Foto: Ricardo Matsukawa
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Caixas eletrônicos de bancos de São Paulo ficaram destruídos
Foto: Ricardo Matsukawa
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Agência bancária ficou praticamente destruída após a ação de vândalos no Rio
Foto: André Naddeo
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Caixas eletrônicos foram incendiados e paredes pichadas
Foto: André Naddeo
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Vidraças foram quebradas
Foto: André Naddeo
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Tapumes isolam as janelas da Câmara de Vereadores
Foto: André Naddeo
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Mesmo com os tapumes, objetos atingiram o interior do prédio da Câmara do Rio
Foto: André Naddeo
O advogado Daniel Biral, que defende os jovens Humberto Caporalli, 24 anos, e Luana Bernardo Lopes, 19 anos, detidos na noite de segunda-feira em protestos na praça da República, no Centro, afirmou que o Brasil está vivendo um Estado de Exceção, em que há suspensão dos direitos e garantias constitucionais.
O casal é acusado de contribuir na destruição do carro da Polícia Civil durante o protesto do início da semana. Humberto e Luana foram enquadrados na Lei de Segurança Nacional, promulgada em 1983, época do Regime Militar no País, que prevê de 3 a 10 anos de reclusão. A lei cita a “prática de sabotagem contra instalações militares, meios de comunicações, meios e vias de transporte, estaleiros, portos, aeroportos, fábricas, usinas, barragem, depósitos e outras instalações congêneres”.
“São vários pontos que nós tentamos enfrentar tecnicamente. Como um secretário de Estado vai falar sobre lei federal? Tem algumas coisas que têm que ter uma atenção maior por parte de todos. Enfrentamos um Estado de Exceção. Quando o próprio Estado diz que manifestações políticas estão afrontando o Estado democrático de direito, quer dizer que a ruptura constitucional está sendo realizada pelo próprio Estado”, disse Biral.
Na última terça-feira, o secretário de Segurança Pública Fernando Grella afirmou não ser de sua competência fazer “juízo de valor” da ação do delegado que recebeu o caso e enquadrou o casal na Lei de Segurança Nacional.
O delegado titular do 3º DP, Antônio Luiz Tuckumante, reiterou sua posição e disse que se a lei está em vigor ela deve ser cumprida, independente da época em que foi promulgada.
“A lei está em vigor? Sim. O enquadramento pode ser feito em qualquer época. Por que não foi revogada? Se ela vai ser adequada ou não são outros 500. O delegado faz o enquadramento. Se vai ser adequada não compete à polícia, mas sim ao fiscal da lei, que é o Ministério Público. Além disso, não foi só esse crime que o casal foi enquadrado. Se eles não pegam em um, pegam na formação de quadrilha, no uso indevido à munição, dano ao patrimônio público. Não posso entrar no mérito da defesa. A defesa faz o que bem entender. Compete a polícia cumprir a lei”, afirmou.
No entanto, Biral segue defendendo seus clientes e diz que o fato de a lei ter sido feita em uma época em que o Congresso fazia parte de um Estado Ditatorial faz com que se não se adeque ao momento.
“Sou contra essa tipificação. Não há como suportar um Estado democrático de direito com isso. A lei é feita, produzida pelos congressistas de acordo com o sistema de governo que existe. Vivemos em um Estado democrático e essa lei foi produzida por um Congresso formado em um Estado ditatorial. Nesse caso nem poderia ter sido recepcionada pela Constituição de 88”, disse a defesa de Humberto e Luana.
Além disso, Biral criticou a abordagem da Polícia Militar ao casal. Segundo ele, os dois jovens não foram presos em flagrante.
“Naquele momento que houve a depredação do carro da polícia, houve uma movimentação governamental para que o delegado se utilizasse de seu poder para tipificar o dano ao patrimônio público como uma questão bem maior”, disse. “Inexiste materialidade. Não houve uma investigação do que está alegando. O flagrante seria em perseguição à pessoa que cometeu o crime. Eles foram presos depois, em uma padaria a caminho de suas residências, parados, averiguados e foi ali que o delegado, em uma arbitrariedade, passou a analisar as fotos de uma câmera em que tinham fotografias da manifestação. Qual a legitimidade dele em avaliar esse material?”, questionou Biral.
O casal segue detido e o advogado de defesa tenta a liberdade provisória ou o relaxamento de prisão. Segundo Biral, a justiça deve decidir sobre a soltura de Humberto e Luana ainda nesta tarde. “Acredito que hoje o juiz já se pronuncie e esperamos que seja positivo”.
Aplicação do Código Penal
O jurista Ives Gandra Martins, professor aposentado de direito constitucional da Universidade Presbiteriana Mackenzie, não concorda com a aplicação da Lei de Segurança Nacional neste caso. Porém, entende o motivo pelo qual o delegado enquadrou o casal neste caso.
“Para mim, bastaria o código penal. O cidadão resolve depredar apenas por ser contra o que está acontecendo e atrapalha a vida de todo mundo. A vida fica prejudicada, dificulta a economia da nação. Isso é formação e quadrilha”, disse Gandra. “A lei em vigor não foi revogada. Eu acho que não precisa ser na lei de Segurança Nacional, bastaria aplicar o código, mas entendo. O ato não tem nenhuma ilegalidade. Mas os tribunais vão interpretar”, completou.
O advogado afirmou ainda que a lei causa divergências entre os juristas, mas quem deve decidir é mesmo o tribunal. “A maioria dos juristas entende que a lei continua vigente. Outros entendem que ela perdeu substância por estarmos num regime democrático, mas não houve manifestação do supremo tribunal dizendo que foi revogada. Quem vai dizer se está ou não em vigor, se tem o mesmo conteúdo, vão ser os tribunais. O delegado só aplica a lei”.
Fonte: Terra