Patrícia Lelis, brasileira de 29 anos, foi acusada de aplicar fraudes ao se passar por advogada de imigração e segundo a justiça americana, as vítimas tiveram um prejuízo estimado em R$ 3,4 milhões.
Procurada pelo FBI, a jornalista Patrícia Lélis, de 29 anos, usou seu perfil no X (antigo Twitter) para se defender das acusações de aplicar fraudes em clientes ao se passar por advogada de imigração. Segundo a justiça americana, as vítimas tiveram um prejuízo estimado em R$ 3,4 milhões.
“Estou protegida em outro país, entreguei os documentos que tenho e estou sendo representada por um dos melhores advogados do país", disse Lélis em publicação na noite de terça-feira, 16.
"O governo norte-americano tem a versão deles, eu tenho a minha", completou.
Lélis já havia refutado as acusações anteriormente. Em declarações na segunda-feira, 15, ela alegou ser alvo de perseguição por parte do governo dos Estados Unidos, após ter acessado documentos sigilosos que comprovariam o interesse do país no petróleo venezuelano.
Veja post
— Patrícia Lélis 🇧🇷 (@lelispatricia) January 16, 2024Vocês precisam entender que:
1- Twitter não é justiça.
2- Eu não devo explicações para ninguém aqui, eu nem sei quem vocês são.
3- Estou protegida em outro país, entreguei os documentos que tenho e estou sendo representada por um dos melhores advogados do país.
4- De ontem para…
Entenda o caso
Na segunda-feira, 15, a Justiça americana divulgou estar à procura da brasileira Patrícia Lelis, acusada de se passar falsamente por advogada de imigração e aplicar golpes no montante de US$ 700 mil - o equivalente a mais de R$ 3,4 milhões. A divulgação da investigação foi procedida por um pedido para que quem saiba o paradeiro da brasileira que entre em contato com o FBI.
Segundo a acusação, Patrícia, que era moradora de Arlington, no Texas, se passava por uma advogada de imigração capaz de ajudar clientes estrangeiros a obter vistos E-2 e EB-5 para os Estados Unidos. O programa EB-5 costuma ser chamado de programa de visto para investidores, porque proporciona residência permanente legal e possível cidadania, se um cidadão estrangeiro investir fundos substanciais – normalmente, um mínimo de 1 milhão de dólares – em grandes empresas que gerem emprego nos EUA.
De acordo com a acusação, em 22 de setembro de 2021, Patrícia Lelis enviou um contrato a uma vítima que buscava ajuda na obtenção de vistos EB-5 para seus pais. A vítima fez dois pagamentos iniciais, totalizando mais de US$ 135.000, com base na declaração de Lelis de que o dinheiro estava indo para um projeto de desenvolvimento imobiliário no Texas que se qualificava para o programa de vistos para investidores.
Porém, em vez disso, o dinheiro da vítima teria ido para a conta bancária pessoal de Lelis. Ainda segundo a acusação, em vez de investir o dinheiro conforme prometido, Patrícia Lelis supostamente o usou para pagar a entrada de sua casa em Arlington, reformas de banheiros e outras despesas pessoais, como dívidas de cartão de crédito.
A denúncia diz ainda que a brasileira forneceu à vítima um número de processo falso que a mostrava como advogada do litígio. Mas, segundo a Justiça americana, Patrícia Lelis não é uma advogada licenciada.
Ela também é acusada de ter falsificado formulários de imigração dos EUA, forjado múltiplas assinaturas e criado recibos falsos do projeto de investimento do Texas, todos os quais ela enviou por e-mail para uma vítima. Lelis também supostamente criou falsas personas associadas ao fundo de investimento do Texas e enviou e-mails desses indivíduos para tentar obter ainda mais dinheiro.
A acusação alega que ela convenceu amigos a se passarem por funcionários do fundo de investimento do Texas em ligações e videochamadas com uma vítima. Quando uma delas finalmente se recusou a enviar-lhe mais dinheiro, Patrícia teria ameaçado os pais da vítima com a remoção dos Estados Unidos e depois os encaminhou para uma agência de cobrança.
A brasileira é acusada de fraude eletrônica, transações monetárias ilegais e roubo de identidade agravado.
- Patrícia Lelis pode ser condenada a 20 anos de prisão por envolvimento em fraude eletrônica;
- Mais 10 anos por por transações monetárias ilegais;
- E um mínimo obrigatório de dois anos adicionais de prisão se for condenada por roubo de identidade agravado.
O tribunal frisa, no entanto, que as sentenças reais para crimes federais são normalmente inferiores às penas máximas.