A Polícia Federal indiciou quatro ex-diretores e coordenadores da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em uma investigação sobre atuação ilegal para impedir o fluxo de eleitores em estados do Nordeste, durante o segundo turno das eleições de 2022.
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As informações foram divulgadas pela TV Globo. A PF já havia indiciado o ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques, que ficou cerca de um ano em prisão preventiva. Declaradamente bolsonarista, ele já foi acusado de politizar a direção do órgão e desviar as funções da corporação para atender aos interesses de Jair Bolsonaro (PL).
Agentes da PRF montaram blitze e barreiras policiais no dia do segundo turno das eleições presidenciais de 2022 em cidades do Nordeste. Segundo a investigação da PF, a manobra não teve justificativa técnica, apenas foi feita para dificultar o voto no candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O fluxo de eleitores foi normalizado depois que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na época, Alexandre de Moraes, ordenou que Silvinei interrompesse as blitze.
A investigação apontou que crimes foram cometidos por subordinados de Silvinei durante o planejamento e execução dos trabalhos da PRF nas eleições.
Os indiciados são:
- Luis Carlos Reischak Júnior - ex-diretor de Inteligência da PRF na gestão Silvinei e ex-superintendente no Rio Grande do Sul;
- Rodrigo Cardozo Hoppe - ex-coordenador de Inteligência na diretoria de Inteligência da PRF;
- Djairlon Henrique Moura - ex-diretor de Operações da PRF na gestão Silvinei;
- Adiel Pereira Alcântara - também ex-coordenador de Inteligência da PRF
- Bruno Nonato dos Santos Pereira - ex-coordenador de Inteligência e Contrainteligência da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Eles são acusados dos crimes de desobediência, prevaricação, restrição ao exercício do direito de voto e participação por omissão no crime de tentativa de abolição do Estado democrático de Direito, por meio da restrição ao voto. Segundo a PF, Silvinei foi o autor intelectual dos atos que foram praticados por seus subordinados.
A investigação sobre a atuação da PRF foi conduzida pela Superintendência da PF no Distrito Federal, e compartilhada com as investigações do STF sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.