O III Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou o ex-cabo da Polícia Militar (PM) Juracy Alves Prudêncio, o Jura, líder de uma quadrilha de milicianos conhecida como Bonde do Jura, que atuava na Baixada Fluminense, a 22 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima). Segundo o Ministério Público, Jura é responsável pela morte de Ricardo Soares da Silva, no dia 27 de agosto de 2007, em Nova Iguaçu, onde a vítima foi executada à luz do dia com diversos tiros na cabeça e tórax.
Segundo relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), a milícia tinha 70 membros, inclusive policiais civis e militares, e explorava venda de gás, água e sinal de TV a cabo. Eles ainda cobravam taxas de motoristas de van e mototáxis, além de uma “taxa de segurança” de comerciantes e moradores.
O processo teve origem na comarca de Nova Iguaçu, onde atuava a milícia, mas foi remetido à capital para evitar que a milícia, que tem influência na região, intimidasse os jurados. Jura já havia sido condenado a quatro anos e oito meses de prisão pelo crime de associação criminosa armada.