A filha e o genro de Rener Umbuzeiro, líder de uma família que teria faturado R$ 50 milhões com maconha na Bahia, foram presos na Operação Kariri, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e que investiga uma organização criminosa envolvida em tráfico de entorpecentes e lavagem de dinheiro.
Na ação, Rener reagiu durante o cumprimento de um mandado de prisão contra ele e morreu em confronto com os policiais. A informação foi divulgada pelo O Globo e confirmada pelo Terra.
Segundo o jornal, a filha e o genro dele são Larissa e Paulo Victor Lima. Eles foram presos em São Paulo e Feira de Santana, na Bahia, respectivamente. Larissa é médica e uma das responsáveis pela operacionalização financeira do esquema. Ela e o marido, que é empresário, estariam envolvidos na lavagem do dinheiro.
Ainda de acordo com O Globo, a mulher de Rener também foi detida. O chefe da família é dono da empresa Umbuzeiro Agropecuária, com sede em América Dourada (BA). O cadastro da empresa, conforme dados da Receita Federal, apontam que a organização dedica-se ao plantio de milho, algodão, abacaxi, alho, batata-inglesa, cebola, feijão, além da criação de bovinos para corte e produção de leite.
No total, na operação, foram expedidos sete mandados de prisão e 20 mandados de busca e apreensão. A Justiça também determinou o bloqueio de contas bancárias e imóveis, que podem totalizar, aproximadamente, R$ 50 milhões. Dentre os bens, estão seis imóveis de alto padrão e cinco fazendas, localizados na Bahia e em Pernambuco.
Aproximadamente, 100 policiais cumpriram as ordens judiciais nas cidades de Salvador (BA), Feira de Santana (BA), América Dourada (BA), Morpará (BA), Ibititá (BA), Muquém do São Francisco (BA), Brasília (DF), Ibimirim (PE) e São Paulo (SP).
Ao Terra, a PF informou que, durante a ação, cinco armas, quatro veículos, seis apartamentos e cinco fazendas foram apreendidos; houve seis prisões preventivas (cinco prisões e um Auto de Resistência) e todos os mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
A investigação
A Operação Kariri investiga uma organização criminosa envolvida em tráfico de entorpecentes e lavagem de dinheiro. Conforme a PF, os investigados se reestruturaram na cidade de Feira de Santana (BA), após deixar o estado de Pernambuco, onde começou sua empreitada no plantio de maconha. Desde 2019, quando a investigação começou, já foram realizados três flagrantes e apreendida mais de 1 tonelada da droga. Roças da planta também foram erradicadas.
Com a investigação, foi possível identificar o responsável pela organização e toda a cadeia de lavagem de capitais. De acordo com a PF, todo lucro obtido pela organização criminosa era revertido em compra de bens e imóveis de luxo.
Além disso, a família e seus parentes próximos forneciam contas bancárias para tentar ocultar o rastreio do dinheiro pela Polícia. A investigação identificou ainda cinco fazendas pertencentes ao principal alvo da investigação, mas que estão em nome de terceiros.
Segundo a PF, os envolvidos responderão pelos crimes de tráfico de entorpecentes, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A ação também contou com o apoio dos Grupos de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público da Bahia (MPBA), da Companhia Independente de Policiamento Especializado (CIPE) Cerrado e da 28ª Companhia Independente de Polícia Militar (28ª CIPM) do Comando Regional Meio Oeste.
O Terra não localizou a defesa dos citados na matéria. O espaço segue aberto para manifestações.