Um ano após o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo Souza, seu filho mais velho afirma que ainda sonha em encontrar os restos mortais do pai e dar um “enterro digno”. Anderson Dias disse ao jornal Folha de S.Paulo que a comunidade da Rocinha - local do crime – melhorou após a saída dos PMs envolvidos no caso e que se não fosse o pai, outra pessoa poderia ter sido vítima dos abusos dos policiais militares.
A família mora atualmente em uma casa maior na Rocinha. O dinheiro para comprar a residência foi arrecadado por meio de um leilão organizado pela produtora cultural Paula Lavigne. Eles ainda recebem uma indenização do Estado (um salário mínimo por mês), mas o dinheiro não é o suficiente para pagar as contas. Ainda segundo Anderson Dias, a viúva de Amarildo, Elisabeth Gomes da Silva, tem problemas com o álcool depois da morte do marido, embora trabalhe lavando roupas para fora. Ela chegou a ficar desaparecida por dez, mas deu notícias à família na última quinta-feira.
Dias rechaça que seus cinco irmãos têm ligação com o tráfico. Ele atualmente tenta engrenar uma carreira como modelo e treina artes marciais. Amarildo foi detido por policiais da Unidade Pacificadora da Rocinha (UPP Rocinha) próximo à sua casa no dia 14 de julho de 2013 e nunca mais foi visto. Ao todo, 29 policiais acusados de envolvimento com o caso aguardam julgamento na Justiça comum. A investigação policial constatou que o ajudante de pedreiro foi torturado até a morte, mas seu corpo jamais foi encontrado.