A perícia apontou que as granadas usadas por Roberto Jefferson durante sua prisão, em outubro de 2022, foram reforçadas por pregos. Ele as atirou contra agentes da Polícia Federal, e também utilizou com fuzis potentes, que causaram 42 perfurações nos carros das equipes. A informação foi confirmada pelo Fantástico, da TV Globo.
O ataque ocorreu em 23 de outubro do ano passado, quando os policiais foram até a casa dele no interior do Rio de Janeiro para cumprir o mandado de prisão. O ex-deputado atirou mais de 50 vezes contra a PF, e feriu três deles, incluindo o delegado que comandava a operação.
A perícia apontou como começaram os ataques por parte de Jefferson, denunciado por quatro tentativas de homicídio. A partir das análises dos estilhaços das granadas, foi possível comprovar que eram de luz e som, portanto, só teriam efeito moral. No entanto, elas foram modificadas.
Conforme o laudo, é possível apontar que pedaços de pregos cortados foram colados nos explosivos com uma fita adesiva. Para verificar o estrago que os objetos poderiam causar, os peritos reconstituíram o que ocorreu, usando uma idêntica, também com pregos e fita semelhantes.
O fragmento de um dos pregos atingiu a velocidade de mais de 280 quilômetros por hora.
"A gente calculou qual seria a energia cinética associada a essa velocidade, e se essa energia cinética ela teria condições de causar desde lesões graves até a morte. E comparando com dados que a gente encontra na literatura, sim, lançar um prego nessa velocidade, dependendo da área do corpo que ele atingir, pode causar até a morte", explica Michele Avila dos Santos, perita criminal federal.
Além disso, a perícia descobriu que duas das três granadas arremessadas por Jefferson tinham sido compradas pela Polícia Militar do Rio de Janeiro.
A procuradora da República, Luciana Portal Gadelha, afirmou à emissora que “todos os laudos e exames realizados comprovaram efetivamente que os 60 tiros foram na direção para os policiais federais, as granadas foram adulteradas com pregos, ampliando o poder de letalidade delas e foram também direcionadas para os policiais. O acusado com sua conduta ao mirar os policiais no mínimo assumiu o risco de produzir o resultado morte".
Em nota à TV Globo, os advogados do ex-deputado afirmaram que ele jamais teve intenção de provocar ferimentos graves nos policiais federais e que apenas buscou impedir o cumprimento de uma decisão ilegal e injusta. Além disso, a defesa disse que apenas uma granada foi modificada com pregos devido a ameaças que ele vinha sofrendo nos últimos anos.