O vigilante Claudinei Coco Esquarcini, responsável pelas câmeras da Associação Recreativa Esportiva Segurança Física de Itaipu (Aresf), em Foz do Iguaçu (PR), onde ocorreu o assassinato do petista Marcelo Arruda, era considerado um dos principais elementos da investigação. De acordo com a Polícia Civil, o homem se matou na manhã de domingo, 17, em Medianeira (PR). As autoridades veem possível ligação entre suicídio e homicídio.
Os advogados da família do petista pediram a apreensão do celular, bem como a quebra do sigilo telefônico e telemático de Esquarcini, que também fazia parte da diretoria da Aresf. A defesa quer que a Justiça apure se houve a participação de terceiros no homicídio de Arruda, já que as imagens do aniversário foram vistas pelo suspeito Jorge José Guaranho, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), antes do crime.
Guaranho estava em um churrasco em outro clube, quando teve acesso às câmeras de monitoramento da associação pelo celular de dois homens, que seriam associados. Foi então que ele se dirigiu ao local onde o petista fazia a comemoração.
Em entrevista ao Terra, o advogado Daniel Godoy Junior explica que o pedido de apreensão e de quebra de sigilo visa elucidar se houve um elemento facilitador do homicídio, bem como apontar qual foi a participação de membros da diretoria e associados, citados em depoimento à Polícia Civil.
"A morte do Claudinei é a morte de um elemento chave para que se possa apurar a existência de terceiros como partícipes do crime. Pedimos para saber se ele realmente divulgou essas imagens e o que foi feito. [...] É possível que haja uma instigação por parte de terceiros com relação ao Guaranho", afirma.
Além da apreensão do celular, a defesa quer que a presidência da Aresf forneça ao Ministério Público, em até 24 horas, a lista completa de diretores da associação. O pedido foi apresentado nesta segunda-feira, 18, e deve ser apreciado pelo juiz da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu.